Com a pandemia e a necessidade de fechamento do comércio para a prevenção à Covid-19, a demanda por serviços de delivery cresceu e se tornou uma opção para as pessoas que perderam ou tiveram a renda reduzida. Em uma área majoritariamente masculina, as mulheres representam 25% do total de motociclistas no Estado de São Paulo e buscam seu espaço enfrentando desafios diários sobre duas rodas. Segundo dados do Detran.SP, de janeiro de 2019 a janeiro deste ano, houve um aumento de 8% no número de mulheres habilitadas em todas as categorias para a condução de motocicletas, passando de 2,2 milhões para quase 2,5 milhões.
Um levantamento feito no ano passado pelo Infosiga SP, banco de dados do Programa Respeito à Vida gerenciado pelo Detran.SP, apontou que somente 6,3% dos casos de acidentes de trânsito envolvem mulheres na direção (todos os modais), um percentual 16 vezes menor do que o número de acidentes com homens ao volante. As condutoras do sexo feminino representam 40% dos motoristas de todo o Estado, um total de cerca de 26 milhões de condutores.
De janeiro de 2016 a janeiro de 2021, 407 motofretistas homens perderam a vida no Estado, enquanto entre mulheres motofretistas três óbitos envolvendo acidentes foram registrados. "O baixo número de mulheres na categoria somado à prudência feminina contribui para a baixa estatística. As condutoras do sexo feminino definitivamente são mais prudentes no trânsito", analisa Sílvia Lisboa, coordenadora do Programa Respeito à Vida.
No país, o número de mulheres motociclistas cresceu 96% em nove anos, de acordo com dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), analisados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). Até novembro do ano passado eram 7,8 milhões, enquanto em 2011 elas somavam 4 milhões de carteiras de habilitação na categoria A.