Em quatro anos, casos de atropelamento de animais silvestres nas rodovias concedidas paulistas caem em até 5%

As mais de 300 passagens de fauna instaladas em pontos críticos de atropelamentos nas rodovias ajudam a proteger os animais e a reduzir os casos de acidentes


Onça parda, tamanduá-bandeira, anta, cervo, esquilo, bicho-preguiça e uma série de outras espécies de animais silvestres que vivem nas matas ao longo das rodovias paulistas concedidas estão cada vez mais protegidos graças às passagens de fauna, que impedem a travessia aleatória nas estradas, causando atropelamentos dos bichos e acidentes com motoristas.

Segundo levantamento da ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo, o índice de atropelamento vem sendo reduzido ao longo dos últimos quatro anos, chegando a até 5% de queda entre 2017 e 2020.

Nos primeiros cinco meses deste ano, o número de casos de atropelamentos de animais silvestres foi de 2.392, redução de 3,5% em comparação ao mesmo período de 2019, quando 2.942 bichos colidiram com automóveis ao cruzar as pistas.

Em 2017, a quantidade de acidentes envolvendo animais que atravessavam as rodovias paulistas chegava a 8.249. Em 2018, esse número apresentou uma queda de 3,5%, com 7.976 animais acidentados. No ano passado, houve uma redução ainda mais relevante, de 17% frente a 2018, o que representa 6.558 atropelamentos.

Esse resultado positivo ocorre graças à instalação de passagens de fauna aéreas e subterrâneas, associadas a cercas direcionadoras, adequação de pontes e placas de sinalização e implantação de redutores de velocidade. Com a implantação desses recursos, é possível verificar redução de quase 70% nos casos de atropelamentos naqueles pontos identificados como mais críticos.

Mapeamento

Todas essas medidas passaram a ser reforçadas com o Programa de Concessão Rodoviária do Estado de São Paulo, que permitiu avanço nos critérios de atuação da preservação da fauna que margeia as rodovias concedidas.

A partir de 2007, com base em um mapeamento, desenvolvido pela ARTESP, dos locais críticos de atropelamentos de animais silvestres e a consolidação de dados estatísticos, os licenciamentos ambientais passaram a exigir as instalações das passagens. "Os contratos de concessão têm acompanhado a evolução dos métodos e tecnologias, e vem incorporando as inovações nas obrigações contratuais das concessionárias", explica Milton Persoli, diretor geral da ARTESP.