É provavel que uma das maiores mudanças geradas pela pandemia de Covid-19 não venha com a vacina, mas com a forma que a doença forçou a humanidade a repensar seus hábitos. Um deles é a prática de trabalhar em casa, muitas veses chamado de "homeoffice". Segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) com aproximadamente 1.300 pessoas, em sua maioria trabalhadores com alta qualificação e renda elevada, 70% aprovam a nova forma de trabalho.
A mesma pesquisa ainda apontou que 19% desses não gostariam de continuar em trabalho remoto, e outros 11% são indiferentes. Segundo o professor Wilson Amorim, um dos responsáveis pela pesquisa, mesmo que muitos não tenham um espaço específico para trabalho em casa, o resultado positivo pode ser justificado por três fatores: a segurança por estar empregado em meio a uma crise, a redução da chance de contaminação pelo vírus Sars-Cov-2 e o ganho de tempo por não precisar se deslocar.
Os profisssionais da eduacação foram os que mais se mostraram críticos em relação ao trabalho à distancia, com apenas 56% respondendo que gostariam de continuar nessa modalidade, muito talvez pela abrupta adaptação a qual foram submetidos com uma modalidade de ensino improvisada às pressas, o que gerou perdas para estudantes e professores.
Porém, para o professor "nós vamos avançar e não recuaremos para o momento anterior. Essa nova situação vai demandar uma relação de trabalho diferente do que tinha antes, em qualquer setor", concluiu Amorin.