Os impactos do novo coronavírus continuam alarmando os pequenos empresários. Isso porque, com as determinações que mantêm os comércios e demais estabelecimentos não essenciais fechados, o faturamento das micro e pequenas empresas já apresenta queda de 89% em relação ao período anterior à crise, de acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae - cerca de 36% acredita que precisará fechar definitivamente o negócio em, aproximadamente, um mês.
A pesquisa, realizada com 9.105 donos de estabelecimentos residentes de todas as 27 unidades federativas do Brasil, tem margem de um ponto percentual para mais e para menos e confiabilidade de 95%. No balanço, os entrevistados afirmaram que, mesmo se adotarem estratégias de vendas online, o faturamento anual seria prejudicado em 74% pela pandemia.
Assim, cerca de 55% dos entrevistados já pensam em buscar empréstimos para manter as operações em andamento. "As pequenas empresas representam 99% de todos os empreendimentos do país e geram mais da metade dos empregos formais. A situação provocada pela pandemia exige de todos os agentes públicos o compromisso pela busca de soluções concretas e rápidas para os problemas que essas empresas estão enfrentando no dia a dia da crise", ressalta Carlos Melles, presidente do Sebrae.
Em uma tentativa de tentar mitigar as perdas com a crise, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciou um programa de apoio de até R$ 4 bilhões em iniciativas que visam ajudar o micro e pequeno empresário, principalmente para os microempreendedores individuais (MEI). O objetivo é oferecer linhas de crédito - que serão selecionadas dentre os fundos de crédito privado que aceitaram participar - de forma facilitada aos empreendedores que possuem pouco ou nenhum acesso aos créditos bancários.
Deste modo, serão disponibilizados até R$ 200 mil por cliente. De acordo com o BNDES, a ideia é manter um crédito a médio prazo com custo de 3,5% aos usuários do serviço. "Toda forma de desburocratização para o acesso ao crédito é bem-vinda, mais ainda se aliada a menores taxas de juros a serem praticadas pelos operadores, indo ao encontro da realidade das micro e pequenas empresas", destaca João Silvério, analista do Sebrae.
Para as empresas franqueadas, a situação não é diferente. Cerca de 51% dos empresários estima que o ano terminará em queda, mas 49% acreditam que os negócios permanecerão no mesmo patamar ou terão alta. Os dados são da pesquisa realizada através da consultoria Praxis Business.
Neste aspecto, os franqueadores também tentam encontrar soluções que possam funcionar e ajudar as pessoas como um todo, como a suspensão dos aluguéis e a redução dos royalties durante alguns meses.
Além disso, os empresários podem apostar em ferramentas de gerenciamento, como o Planejamento de Recursos Empresariais (em inglês). Para quem se pergunta o que é ERP, trata-se de um sistema de gestão que consegue integrar todas as operações da empresa - desde as vendas ou confecções até o atendimento ao cliente. Deste modo, os gestores terão visão ampla sobre áreas distintas como vendas, finanças, contabilidade e recursos humanos.