Compras com cartões avançam 18% e somam R$ 850 bilhões no 1º semestre

Resultado evidencia a necessidade de contar com parceiros antifraude especializados para evitar crescimento na taxa de chargeback


Os brasileiros estão usando cada vez mais os meios eletrônicos de pagamento para realizar suas compras. De acordo com a Abecs, associação que representa o setor, os cartões movimentaram R$ 850 bilhões no 1º semestre do ano, com crescimento de 18% em relação aos seis primeiros meses de 2018. Os cartões de crédito registraram R$ 534,4 bilhões (alta de 18,8%), os cartões de débito, R$ 308 bilhões (alta de 16%), e os cartões pré-pagos, R$ 7,4 bilhões (alta de 70,4%). 

Apenas no 2º trimestre, a alta do setor foi de 19% - maior crescimento em sete anos -, com destaque para o uso do cartão de crédito, que cresceu 19,7%. "Estamos vivendo um processo de digitalização dos pagamentos, no qual temos cada vez mais consumidores de todo o Brasil usando os cartões e outros meios digitais, seja presencialmente, seja pela internet ou aplicativos, e também cada vez mais lojas e prestadores de serviços aceitando esse tipo de transação", afirma Pedro Coutinho, presidente da Abecs. 

A quantidade de compras com cartões de crédito, débito e pré-pagos no período ultrapassou a marca de 10,3 bilhões, o equivalente a 40 mil transações a cada minuto. 

Compras não presenciais 

Os pagamentos realizados pela internet ajudaram a impulsionar o resultado do setor e, ao lado de outras compras não presenciais, já representam 21% do volume movimentado com cartões de crédito. Foram R$ 112,2 bilhões transacionados em canais remotos, com crescimento de 26% em comparação com o 1º semestre de 2018. 

Citado por 69% dos consumidores, o celular é o canal de acesso preferido pelos usuários para as compras pela internet, segundo pesquisa da Abecs realizada pelo Datafolha - em junho do ano passado, essa participação era de 58%. Em seguida, estão o laptop (33%), desktop (30%) e tablet (3%). A pesquisa aponta ainda que, independentemente do meio de acesso, 83% dos consumidores usam o cartão de crédito como meio de pagamento nas compras online. 

Em paralelo ao crescimento dos meios eletrônicos de pagamento, a parcela de brasileiros que usam o cartão de crédito de forma consciente continua alta. Pesquisa da Abecs mostra que 9 em cada 10 consumidores pagam o valor integral da sua fatura e, portanto, não recorrem a nenhum tipo de financiamento. Além disso, dados do Banco Central mostram que o índice de inadimplência do cartão mantém-se em baixa, chegando a 5,8% em junho de 2019, um dos menores patamares da série histórica e abaixo da taxa de atraso do crédito pessoal (7,4%).

Segurança em vendas pela internet

Valores dessa grandeza, infelizmente, também chamam a atenção de fraudadores, que buscam meios cada vez mais sofisticados para cometer crimes e causar danos ao varejo e ao consumidor.

Números divulgados pela ClearSale, empresa especializada em tecnologia de combate a fraudes, revelam que, a cada R$ 100 gastos em lojas online, R$ 3,06 sofreram tentativas de fraude no primeiro semestre deste ano. Uma diminuição de 5,9% em relação ao mesmo período no ano passado.

Para Omar Jarouche, diretor de Marketing e Soluções da ClearSale, a diminuição significa uma recuperação do e-commerce em relação às fraudes. "Temos observado no mercado que cada vez mais as empresas buscam soluções especializadas para evitar as fraudes e o chargeback em seus negócios. Existem casos nos quais o pequeno empreendedor chega à falência devido a uma má compra. É necessário que tanto os clientes quanto os consumidores se protejam", diz ele.

Categorias mais visadas

O segmento de smartphones aparece como o mais visado pelos fraudadores, seguido por games, bebidas, eletrônicos e informática. "O fraudador busca por produtos com uma maior liquidez. Celulares, por exemplo, são mais fáceis de vender do que uma geladeira. Costumamos dizer que ele escolhe pelo o que é mais simples de repassar em frente a uma escola, por exemplo", finaliza Jarouche.

Já as regiões do país que mais sofrem tentativas de fraudes seguem as mesmas de antes. Em primeiro lugar, a região Norte (R$ 5,43 a cada R$ 100), seguida pela região Centro-Oeste (R$ 4,52), Nordeste (R$ 4,42), Sudeste (R$ 2,81) e Sul (R$ 1,57).

Como se proteger

Para evitar problemas com fraudes, é preciso, antes de qualquer coisa, ir a fundo nesta questão para entender exatamente o que causa este tipo de prejuízo.

A partir disso, é fundamental procurar soluções antifraude de parceiros que tenham expertise suficiente para entender o contexto de cada situação e para conseguir mapear a ação de fraudadores nos mais minuciosos detalhes, já que a fraude é dinâmica e exige equilíbrio entre inovação - como no uso de ferramentas de AI e Machine Learning - e experiência para combatê-la.

O chargeback causado pela fraude pode causar danos irreversíveis ao negócio. No caso de grandes empresas, talvez esse efeito, em um primeiro momento, seja menor, mas fatalmente o chargeback causará, a menos que seja controlado, prejuízos consideráveis em médio e longo prazos.

Os cibercriminosos de hoje são inteligentes e estão sempre em busca do ponto mais vulnerável. Depois de identificar uma vulnerabilidade, eles trocam informações, compartilham ideias e fazem com que os danos financeiros sejam rápidos e desastrosos.

Antifraude eficiente é sinônimo de fraude controlada 

Fraude é uma parte indesejada da administração de um negócio, mas não é uma parte com a qual o varejista tenha que conviver.

Para ser bem sucedido, o fraudador precisa estar longe dos olhos da solução antifraude. Se o criminoso não puder fazer isso, ele vai migrar para alguma empresa que esteja mais vulnerável.

Os fraudadores são criativos e, para evitar ataques, a proteção antifraude também deve ser. Criminosos gostam do caminho que oferece menor resistência, e um bom sistema antifraude é a maior barreira que pode existir neste sentido.

Manter sistemas antifraude atualizados e contar com uma equipe atualizada, além de uma abordagem minuciosa e multicamadas, são boas práticas que provavelmente manterão o varejo protegido e os consumidores sempre satisfeitos.