Nos últimos dez anos, o consumo adequado de frutas e hortaliças - cinco porções em, pelo menos, cinco dias da semana - passou de 20% em 2008 para 22,9% em 2019. A ingestão foi maior entre as mulheres no ano passado, com 26,8%, enquanto entre os homens o percentual foi de 18,4%. Os dados são referentes à pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico Brasil 2019 e foram divulgados pelo Ministério da Saúde.
O levantamento, realizado por telefone com pessoas maiores de 18 anos e distribuídas em todas as 26 unidades federativas e no Distrito Federal, entrevistou 52.443 pessoas entre os meses de janeiro e dezembro. A duração das ligações variou entre 4 e 58 minutos, mas a média ficou na casa dos 12 minutos.
Nele, também há indicativos de que essa alimentação específica é mais realizada entre as pessoas mais velhas e com escolaridade mais alta. Isso porque apenas 19% dos entrevistados na faixa de 18 a 24 anos consumiam frutas e hortaliças com a frequência recomendada, enquanto 26,6% dos adultos com 65 anos ou mais faziam o mesmo. Neste cenário, o percentual entre os cidadãos com até oito anos de estudo foi de 19% e entre aqueles que tinham 12 anos ou mais ficou na casa dos 29,5%.
No geral, a alimentação dos brasileiros melhorou. Sobre os alimentos não processados ou minimamente processados, como verduras, legumes e frutas, 29,8% da população entrevistada possuía o hábito de consumi-los. Entre eles, 32,3% das mulheres e 26,9% dos homens consumiram cinco ou mais alimentos desses grupos até o dia anterior à pesquisa. Assim como no índice anterior, o nível de adesão a uma dieta mais saudável é maior entre os mais velhos, com 65 anos ou mais (32,6%), e menor entre os mais jovens, na faixa dos 18 aos 24 anos (22,9%).
A preocupação com as atividades físicas e a manutenção de uma dieta balanceada, incluindo proteínas, carboidratos e vitaminas, também aumentou. Atualmente, 29% dos brasileiros praticam algum tipo de exercício, seja caminhada, corrida, natação ou musculação.
Em relação aos alimentos ultraprocessados, como bolachas, bolos e refeições instantâneas, o resultado vai na contramão dos índices anteriores. Isso porque o consumo de cinco ou mais alimentos desse grupo no dia anterior aos relatos foi de 18,2% e maior entre os homens (21,8%) do que entre as mulheres (15,1%). Com a idade, a ingestão desses tipos de comida também diminui, e os adultos com 65 anos ou mais correspondem a 8%, enquanto os jovens de 18 a 24 anos representam 29,3%.