O comércio eletrônico brasileiro quase dobrou as vendas em abril ao registrar uma alta de 98,74% em relação ao mesmo período de 2019. Entre os fatores que mais colaboraram para a expansão apresentada está o isolamento social, adotado em decorrência da pandemia do novo coronavírus, que chegou ao Brasil no final de fevereiro.
O dado é referente ao índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) em parceria com o Movimento Compre&Confie, e também traz análises sobre faturamento, valor do ticket e setores mais procurados. Nestes campos, o e-commerce faturou 81,64% a mais do que em abril do ano passado. O valor do ticket médio, no entanto, caiu 8,61%.
"O e-commerce tornou-se no mês de abril o principal (ou único) canal de vendas para muitos varejistas. Dentro das mudanças que têm ocorrido em nossa sociedade após o início da pandemia de Covid-19, o comércio eletrônico certamente é um dos setores da economia que mais cresceu. No comparativo diário das vendas dentro do período, foram registrados picos acima de 100% - um marco para a história do e-commerce após mais de 20 anos no país", afirma o coordenador do Comitê de Métricas da camara-e.net e diretor executivo do Compre & Confie, André Dias.
Em relação às regiões do país, a maior alta do mês foi registrada no Sudeste, com 104,97%. Em seguida estão Nordeste (96,36%), Centro-Oeste (94,80%), Sul (79,71%) e Norte (66,68%).
No último levantamento realizado entre os setores mais procurados, em março, a preferência era por equipamentos e materiais de escritório, com 40,1% das procuras. Em seguida, móveis e eletrodomésticos registraram 24,5% de alta nas procuras. Também constavam na listagem de mais procurados artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,8%), e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (1,9%).
Cuidados no período
Com a expansão e o aumento da preferência dos consumidores por comércios eletrônicos durante o isolamento, é preciso ficar atento aos golpes. Isso porque, com mais procura, é possível que a proporção com que eles acontecem cresça.
Aos clientes, é importante saber se o site ou aplicativo usado na compra é o oficial da loja, e não uma cópia, antes de realizar alguma transação ou inserir seus dados. Também é indicado usar um cartão virtual - versão gerada pelo banco apenas para compras online - e evitar pagar por boletos, já que é difícil reaver o dinheiro, caso essa seja a forma de pagamento.
Para os empresários que quiserem migrar a loja física para a virtual neste período, é indicado buscar por um sistema antifraude para compor o site em que as transações serão feitas. Desta forma, um ambiente seguro é garantido para consumidores e empreendedores.