O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SindmetalSJC) realizou um ato contra a venda da Embraer, em frente à sede da fábrica durante a realização da Assembleia Geral Extraordinária em que os acionistas aprovaram a fusão. Participaram diversas entidades sindicais, movimentos populares e partidos.
Segundo a entidade, os manifestantes se posicionaram com o propósito de denunciar o crime que estava em andamento na sala destinada à AGE. Em nota para a imprensa, o SindmetalSJC condenou a venda aprovada nesta terça-feira (26), em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) dos acionistas. A entidade diz que" é um crime contra o país e coloca sob ameaça milhares de empregos, a indústria aeronáutica e a soberania do país no setor".
Ainda de acordo com a nota do sindicato, o local onde aconteceu a assembleia seria um ambiente irregular e, por isso, será questionada na Justiça pelos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, Araraquara e Botucatu. As entidades entrarão com recurso contra a decisão da presidente do Tribunal Regional Federal - 3ª. Região, Therezinha Cazerta, responsável por ter cassado a liminar que suspendia a AGE.
Para os representantes dos três sindicatos contrários à venda, a decisão deveria ser tomada pelo desembargador Souza Ribeiro, que já havia sido sorteado para julgar o caso Boeing - Embraer. Na visão das entidades sindicais, a juíza chamou para si uma decisão e a medida adotada é inconstitucional. Com base nesse fato, os sindicatos pedirão a suspensão dos efeitos da AGE.
Finalizando, o SindmetalSJC acusa o Governo Federal de não vetar a venda e não ter participado da assembleia. "Foi a Advocacia Geral da União (AGU) quem pediu a revogação da liminar que suspendia a assembleia dos acionistas - assim, o governo poderia se manifestar sobre o uso da golden share. Entretanto, a Embraer só notificou o governo sobre a realização da AGE meia hora antes de seu início, o que pode explicar sua ausência na votação.", concluiu a nota.