Em reunião mediada por Kiko Sawaya, Felicio Ramuth diz que espera reabertura de bares e restaurantes em 10 de julho em São José

A medida permitiria que bares e restaurantes do município retomassem as atividades


Durante encontro promovido pelo Desenvolve Vale, nesta segunda-feira (29), o prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSDB), afirmou que a cidade espera entrar na fase amarela do Plano São Paulo a partir da próxima avaliação do governo estadual, prevista para o dia 10 de julho.

Em reunião mediada pelo coordenador do grupo, Kiko Sawaya, o prefeito disse que a cidade alcançou o pico da doença e a tendência daqui para frente é a estabilidade dos números. "O auge aconteceu há cerca de 10 dias. No último sábado, completamos 48 horas sem óbito", disse. Entretanto, aos finais de semana a vigilância epidemiológica de São José dos Campos divulga uma versão reduzida do boletim epidemiológico. Na segunda-feira (29), com a versão completa, foram divugados cinco novos óbitos na cidade, um deles ocorrido no sábado. 

De acordo com o prefeito, a crise econômica causada pela pandemia do coronavírus atingiu fortemente a receita do município. A queda esperada para este ano está na casa dos R$ 140 milhões. Felicio espera receber R$ 70 milhões do socorro do governo federal, valor que compensaria metade das perdas."Nossa capacidade de investimentos não foi alterada pois a administração economizou cerca de R$ 100 milhões, o que nos concedeu esta folga mesmo na situação de crise.", declarou.

O prefeito ainda comentou sobre a situação de algumas das maiores representantes do polo industrial da cidade. De acordo com ele, a Embraer, apesar da situação grave com crise econômica e o rompimento com a Boeing, traz boas notícias quanto à manutenção dos empregos. 

Já sobre a GM, que em março de 2019 havia anunciado um investimento de até R$ 6 bilhões na planta de São José, Felicio afirmou que a empresa não recuou do investimento, mas também não estabeleceu uma nova previsão de data. 

Oportunidades

De acordo com o prefeito, a cidade tende a se beneficiar com uma nova relação com o trabalho, que deve se consolidar no pós-pandemia: o home office. Sem a necessidade de estar presente no local de trabalho, aponta-se que muitos trabalhadores deixem a capital em busca de cidades com melhor qualidade de vida.

"Precisamos aproveitar a oportunidade para atrair empreendedores de fora da cidade. Os municípios com melhor qualidade de vida devem se destacar neste movimento de trabalho remoto. A cidade pode atrair pessoas para morar e movimentar a economia aqui. Para isso, é preciso de união entre a iniciativa privada e a prefeitura", afirmou.

Volta às aulas

O prefeito ainda afirmou não ver problemas para a cidade se adequar aos protocolos do governo estadual, que estipulou para o dia 8 de setembro a volta às aulas. Segundo Felicio, se fosse possível, a cidade já estaria pronta para voltar em agosto.

"A prefeitura já comprou os equipamentos necessários para o retorno das aulas, incluindo máscaras para crianças. Já temos um protocolo interno para a cidade, que será publicado assim que as aulas forem liberadas", explicou Felicio.

Fechamento aos fins de semana

Durante a reunião, o prefeito salientou que a medida do fechamento do comércio não essencial aos finais de semana foi educativa. De acordo com Felicio, a situação da cidade é a melhor do estado entre os municípios com mais de 400 mil habitantes.

"Nossos números são os melhores entre as maiores cidades do estado, e nossa rede de saúde apresenta porcentagem de ocupação considerada baixa em relação a outras regiões. São José, por exemplo, tem 30 respiradores sobrando. Mas, precisamos educar a população para que não saia de casa, a não ser que seja necessário."

Adiamento das eleições

O projeto que tramita na Câmara dos Deputados e prevê o adiamento das eleições municipais para o dia 15 de novembro sofreu críticas do prefeito durante a reunião. Para Felicio, o adiamento da data não traz segurança aos eleitores e pode complicar a vida dos prefeitos eleitos.

"É uma irresponsabilidade. O prefeito eleito terá praticamente 15 dias para escolher secretários, arrumar as contas. Isso vai ser terrível. Fora que a eleição é uma injeção na economia da cidade, já que os candidatos usam os serviços do comércio para imprimir  materiais de campanha, entre outras compras."