A Embraer anunciou que vai dar férias coletivas para todos trabalhadores que atuam nas unidades instaladas no Brasil. De acordo com a empresa, a medida tem por meta realizar a transição e reestruturação. Os escritórios da Embraer em São Paulo e em Belo Horizonte (MG) também serão afetados.
As férias coletivas serão concedidas de 6 a 20 janeiro e deve envolver cerca de 15 mil trabalhadores. No período, serão paralisadas atividades nas unidades Faria Lima e Eugênio de Melo, em São José dos Campos, Taubaté, Sorocaba, Gavião Peixoto e Botucatu, todas no estado de São Paulo.
As mudanças se devem principalmente à necessidade de separar a área comercial da empresa dos demais setores, tendo em vista a recente criação de uma joint-venture com a Boeing. Com a nova estrutura, a planta da Embraer no distrito de Eugênio de Melo deve passar dos atuais 1,5 mil para 4 mil funcionários.
Sindicato contesta - Na avaliação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Jose dos Campos e Região, a decisão causa apreensão entre os trabalhadores, preocupados com as medidas que a nova direção da companhia eventualmente possa tomar. De acordo com a entidade,que representa a maior parte dos trabalhadores da Embraer no país, é contra as coletivas, de acordo com a decisão tomada pela categoria.
"Desde o início, nos posicionamos contra a venda da Embraer à Boeing, porque sabíamos que isso implicaria maiores ataques aos trabalhadores, além de afetar a soberania do país. Ainda estamos estudando táticas para tentar barrar essa transação no âmbito judicial", revelou o diretor do Sindicato Herbert Claros..
Para o Sindicato, a Embraer já iniciou a transição para a Boeing, com demissões realizadas a conta-gotas e ataques aos direitos dos trabalhadores.