Fiscalização flagra animais de abate sendo alimentados com produtos que aumentam risco de ocorrência de Vaca Louca

Brasil nunca teve caso da doença


Durante fiscalização no interior de São Paulo, na última terça-feira (17), fiscais federais agropecuários encontraram mais de 60 animais sendo alimentados com cama de aviário, o que é um fator de risco para o surgimento de casos de Vaca Louca, a Encefalopatia Espongiforme Bovina. Os animais serão encaminhados para matadouros regidos pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) para separação do Material de Risco Específico (MRE). Após a retirada de partes de risco, o SIF vai avaliar a possibilidade de liberar parte da carne para consumo.

O Brasil é considerado país com risco desprezível de Vaca Louca e esta é uma das condições para seguir como exportador de proteína animal. "Nós realizamos, periodicamente, fiscalizações surpresas nas propriedades rurais para garantir que o país siga livre da Encefalopatia Espongiforme, vulgarmente conhecida como mal da Vaca Louca. Seria desastroso para a economia se surgisse um foco da doença", explica Jean G. F. Joaquim, auditor fiscal federal agropecuário responsável pela equipe que realizou a fiscalização desta terça-feira. A ação contou com o apoio da Policia Ambiental e da Secretaria de Agricultura do Estado de SP.

A Vaca Louca pode atacar o sistema nervoso central dos animais, levando a paralisia, e é transmissível ao ser humano. Uma das formas de contaminação entre os animais é o canibalismo, que é o consumo de carne da mesma espécie. A cama de aviário é um subproduto da criação de aves. Ela é composta pelos restos de comida e fezes destes animais que se alimentam de ração feita à base de carne bovina e suína. Quando o produtor, por medida de economia, alimenta o gado com este material, produz o canibalismo, pois os bovinos passam a ingerir proteínas deles mesmos, que estão nos restos de alimentos e nas fezes das aves.

A legislação determina que animal que se alimenta da cama de aviário seja apreendido e destinado ao abate em matadouros frigoríficos com SIF porque eles têm equipes técnicas treinadas e instruídas para acompanhar a retirada e destruição dos MREs. Depois de retirado o material, a equipe avalia se o restante da carne do animal abatido está apto ao consumo humano.