A Fundação Hélio Augusto de Souza (Fundhas) realiza o Projeto Travessia, desde 2017, com o objetivo de capacitar e encaminhar os adolescentes para o primeiro emprego.
Desenvolvido inicialmente na Unidade Profissionalizante Eugênio de Melo, o projeto é realizado em parceria com o programa Jovem Aprendiz, do Cephas, e acontece também nas unidades Norte e no Parque Industrial, no Centro de Inovação e Iniciação Profissional.
A escolha profissional, é um assunto que mexe com a cabeça dos jovens, mas com a ajuda do projeto, Cauã Gustavo, de 17 anos, já está se preparando para essa nova fase, de acordo com ele, o futuro já chegou. "Parecia algo muito distante, mas eu quero ir para uma empresa e depois fazer faculdade de Educação Física".
A assistente social Andréa Maria de Carvalho Pinto, conta que durante dois meses os alunos são apresentados a conteúdos relacionados ao mercado de trabalho e a postura profissional. Para ela, o processo é muito interessante, pois demonstra a mudança de comportamento e o amadurecimento dos adolescentes.
A professora de português Débora Alves da Cunha, trabalha na elaboração do currículo, oralidade e apresentação pessoal dos adolescentes. De acordo com ela, a experiência escolar é mais focada na escrita. "Agora estamos estimulando para que eles consigam, também, se expressar verbalmente", conta.
Na prática, Débora propôs que cada aluno descrevesse suas habilidades e características à turma. "Eu me considero um cara simples e que gosta de conversar. Sou tímido, mas calmo", foi assim que Gerson Lucas, de 17 anos, se apresentou. O jovem acredita que a maior dificuldade é driblar a timidez e transmitir para o entrevistador tudo o que sabe.
Ao final da dinâmica, os jovens também responderam as principais perguntas que podem surgir em uma entrevista. De acordo com eles, "tudo alinhado ao propósito e cultura organizacional de cada empresa."
Para garantir que ninguém perca a chance de ser contratado, o projeto estimula também a responsabilidade dos adolescentes, na organização e emissão de todos os documentos necessários. "Orientamos os meninos a fazerem o alistamento militar e a tirarem o título de eleitor, por exemplo", explica a assistente social.
O nervosismo faz parte do processo, Emelly Janine Gonçalves da Rocha, de 17 anos, diz que já está aplicando as técnicas em casa para não se desesperar. "Tenho treinado em frente ao espelho, no banheiro, pois eu já fiz minha primeira entrevista e não consegui passar", relata.
Lidar com as frustrações também é necessário. A professora fala sobre a importância dos jovens se sentirem acolhidos e motivados independente do resultado. "O meu desejo é que todos sejam aprovados, mas o mais importante é que eles não desistam e tenham um futuro de esperança e prosperidade", finaliza Débora.
Além das aulas em grupo, os atendidos também são acompanhados individualmente e participam de simulações de entrevistas online.