Novos conflitos com o plano de demissões voluntárias da Embraer

Sindicato afirma que a empresa busca uma demissão em massa


 A Embraer anunciou, na quinta-feira (30), que está conversando com os sindicatos a respeito de mais um plano de demissão voluntária (PDV).
 
Desta vez, além dos colaboradores em licença remunerada que já foram incluídos, a empresa também deseja incluir no plano aqueles que poderiam ser aposentados por tempo de serviço ou quem tiver 55 anos de idade ou mais. Nessa segunda fase do PDV, o período de adesão vai até o dia 14 de agosto.
 
A proposta de pacote de incentivo para quem aderir ao PDV inclui plano de saúde para o colaborador e dependentes até janeiro de 2021, auxílio-alimentação de R$ 450 mensais pelo mesmo período, apoio para recolocação no mercado, verbas rescisórias comuns a desligamentos sem justa causa e mais uma indenização de 10% do salário-base nominal por ano de empresa.
 
A companhia alegou que vai continuar realizando todos os esforços necessários para minimizar o impacto da Covid-19 para as pessoas e garantir a adequação necessária da empresa diante da nova realidade do mercado de transporte aéreo global.
 
Entretanto, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos repudia novo PDV na Embraer. A liderança sindical alegou ser radicalmente contra o PDV apresentado pela empresa. Na opinião dos sindicalistas, os incentivos oferecidos são irrisórios. 
 
A entidade também repudia a maneira como a Embraer tem conduzido as negociações. A fabricante de aeronaves se nega a divulgar o número de funcionários que aderiram ao último PDV. Além disso, a direção da empresa também afirmou que não há interesse em um novo acordo de layoff.

O sindicato ainda fez um alerta a todos os funcionários da Embraer. "Ao que tudo indica, o interesse da empresa é iniciar um processo de demissão em massa. Por isso, é necessário que os trabalhadores se preparem para a mobilização em defesa dos postos de trabalho. O trabalhador não deve pagar pelas estratégias erradas adotadas pela direção da Embraer ao se entregar para a Boeing. Nos últimos três anos, não houve investimentos em projetos de novas aeronaves.", declarou a entidade em nota.

Na mesma nota, os sindicalistas também defenderam que a única solução seria a reestatização. Uma nova reunião entre o Sindicato e a empresa irá ocorrer no dia 6 de agosto.