Pilares da criação: Beleza e ciência em imagens feitas pelos "vovôs" do James Webb

Professora de astrofísica britânica escolheu cenas belas e históricas do céu


Foto: G. Li Causi, IAPS/INAF, ItáliaFoto: G. Li Causi, IAPS/INAF, Itália

No dia 25 de dezembro de 2021 aconteceu o lançamento do poderoso James Webb pela agência espacial americana Nasa, sendo um grande presente de Natal porque vai permitir fotos de telescópio sem precedentes, ajudando a ciência a compreender os mistérios do universo.

Para os que simplesmente admiram imagens do céu, os telescópios espaciais também garantem cenas de rara beleza, que parecem obras de arte. Enquanto os espelhos do novo instrumento estão sendo montados para captar detalhes inéditos do universo, uma cientista juntou os dois mundos.

A professora da Open University e membro da Real Sociedade Astronômica britânica, Carol Haswell, fez uma seleção de fotografias do céu capturadas por telescópios públicos em operação que, além de belas, revelaram fatos importantes para a ciência.

James Webb, enxergando além da poeira cósmica

Em um artigo no portal acadêmico The Conversation, ela explica o motivo do entusiasmo dos cientistas com o James Webb:

Os astrônomos podem obter informações únicas construindo telescópios sensíveis à luz de "cores" além daquelas que nossos olhos podem ver. O arco-íris familiar de cores é apenas uma pequena fração do que os físicos chamam de espectro eletromagnético.

Além do vermelho está o infravermelho, que carrega menos energia do que a luz óptica. Uma câmera infravermelha pode ver objetos muito frios para serem detectáveis pelo olho humano.

No espaço, ele também pode ver através da poeira, o que de outra forma obscurece completamente nossa visão. O telescópio espacial James Webb será o maior observatório infravermelho já lançado. Até agora, o Observatório Espacial Herschel da Agência Espacial Europeia era o maior maior.

Ainda assim, as imagens dos telescópios atuais, bem menos avançados, encantam pela profusão de cores e (para os cientistas como a professora Haswell) pelo que revelaram a quem passa a vida estudando os céus. Confira a seleção feita por ela.

Fotos de telescópio que vão além da beleza

A professora explica que a imagem foi feita em outubro de 2017 pela Missão Juno da Nasa, que estuda o planeta Júpiter, mostrando um sistema de nuvens no hemisfério norte do planeta. São as primeiras imagens de um dos polos de Júpiter capturadas por um telescópio.

As imagens revelam padrões de fluxo complexos, semelhantes a ciclones na atmosfera da Terra, e efeitos marcantes causados pela variedade de nuvens em diferentes altitudes, às vezes lançando sombras nas camadas de nuvens mais baixas.

Ela diz ter selecionado a foto pela beleza e pela informação científica contida na imagem:

"As região do planeta perto do polo norte se revelaram muito diferentes de fotografias anteriores mostrando áreas mais perto da linha do equador. Ao olhar para baixo nos polos de Júpiter, Juno nos mostrou uma visão diferente de um planeta familiar".

A foto do telescópio Hercshel mostra formação estelar na Nebulosa da Águia, também conhecida como M16, e segundo a professora revela as regiões densas e empoeiradas do espaço onde a formação estelar ocorre. Ela explica a imagem:

"Uma nebulosa é uma nuvem de gás no espaço. A Nebulosa da Águia está a 6.500 anos-luz da Terra, o que é bem perto para os padrões astronômicos. Esta nebulosa é um vigoroso local de formação estelar.

Uma visão de perto de uma característica perto do centro desta imagem tem sido chamada de "Pilares da Criação".

Aparecendo um pouco como um polegar e indicador apontando para cima e ligeiramente para a esquerda, esses pilares se projetam para uma cavidade em uma nuvem gigante de gás molecular e poeira.

A cavidade está sendo varrida por ventos que emanam de novas estrelas energéticas formadas recentemente em áreas mais profundas dentro da nuvem."

O Centro Galáctico (foto dos telescópios Hubble e Spitzer)

Foto do telescópio Hubble /NASA, ESA e Q.D. Wang (Universidade de Massachusetts, Amherst); Spitzer: NASA, Jet Propulsion Laboratory e S. Stolovy (Centro de Ciências Spizer/Caltech)Foto do telescópio Hubble /NASA, ESA e Q.D. Wang (Universidade de Massachusetts, Amherst); Spitzer: NASA, Jet Propulsion Laboratory e S. Stolovy (Centro de Ciências Spizer/Caltech)

A professora Carole Haswell explica que a imagem "olha mais profundamente para o espaço até o centro da nossa Via Láctea". Ela também foi feita com luz infravermelha, combinando dados de dois telescópios da Nasa, o Hubble e o Spitzer.

A região branca brilhante no canto inferior direito da imagem é o centro da galáxia. Contém um enorme buraco negro chamado Sagitário A*, um aglomerado de estrelas e os restos de uma estrela massiva que explodiu como uma supernova há cerca de 10 mil anos.

Veja mais em: "Pilares da criação" | Beleza e ciência em imagens feitas pelos "vovôs" do James Webb.

 

*Informações da Mediatalks Uol