Quem já viveu um verão brasileiro sabe o quão desconfortável é ter de permanecer com uma roupa suada no corpo. O cheiro e a aparência ficam ruins e, para aqueles que possuem hiperidrose, ou seja, que suam em excesso, isso pode se tornar um verdadeiro desafio na hora de decidir o que vestir.
Mais essencial do que o modelo ou cor da roupa, porém, é a escolha do tecido. É ele que influencia diretamente no conforto por meio da absorção do suor. Tradicionalmente, os tecidos sintéticos são mais quentes que os de fibra natural, mas o mais absorvente é o tecido com elastano.
O elastano
O elastano é uma fibra sintética formada, em grande parte, por poliuretano segmentado. Criado na década de 1950, ele revolucionou a indústria da moda por seu conforto e versatilidade. O elastano rapidamente tornou-se o queridinho dos atletas de alto rendimento, como ginastas e nadadores.
Contudo, não são somente os esportistas que podem utilizar o material. Hoje, existem inúmeras opções de vestimentas ? de camisetas a leggings e roupas íntimas ? feitas com combinações de elastano e outros materiais para todos os públicos. Cada vez mais, o tecido tem se despregado da moda fitness e pode ser encontrado em outros tipos de peças.
A combinação viscose ou poliamida com elastano é muito comum em lojas, e é uma boa opção para combater o suor. Geralmente, os tecidos possuem uma mistura dos três em diferentes percentuais. Suas peças mais características são aquelas cobertas de furinhos, os quais mantêm a pele arejada e seca, muito utilizadas em academia.
Todavia, existe uma grande variedade de blusas, camisas e vestidos desses materiais para ocasiões mais formais. Do ponto de vista da constituição química, a viscose é uma fibra artificial da celulose, enquanto a poliamida vem do petróleo. Elas devem, portanto, ser lavadas com sabão neutro, para garantir que não fiquem manchadas.
Outros tecidos
Além do elastano, as marcas estão investindo recursos e tecnologias em outras fibras. O modal, por exemplo, é um tecido que se origina de uma árvore chamada Faia, nativa do sul e do centro da Europa. Trata-se de um material macio e confortável, com a vantagem de ter propriedades antibacterianas. Isso ajuda a diminuir o odor proveniente do suor, e o torna perfeito para underwear e, até mesmo, roupa de cama.
Outra grande vantagem do modal é o fácil cuidado: as peças podem ser lavadas na máquina, com água em temperatura ambiente, e são muito duráveis. A junção do elastano com o modal garante a absorção do suor e o conforto do usuário.
Uma alternativa ao algodão tradicional que tem se popularizado é a viscose de bambu. Ela é mais leve e permite mais respiração da pele, o que contribui para a diminuição do incômodo do suor. Esse é um tecido antibacteriano e de fácil manutenção. As roupas podem ser lavadas na máquina, só ficando restrita a centrifugação.
E há, é claro, o clássico linho, um dos tecidos mais antigos de que se tem registro. Muito usado pela população já no Antigo Egito ? há registros que datam de 8.000 a.C ?, a delicada fibra do linho é isolante térmica, além de bactericida, o que explica a popularidade e permanência do material por alguns milênios.
Existem também aqueles tecidos a serem evitados. A seda, por exemplo, por ser muito fina, permite a passagem do suor, só que não possibilita a evaporação adequada. Isso gera as temíveis manchas "pizzas" em regiões propensas à sudorese, como as axilas.
O veludo também não é recomendado, por ser um material muito quente, que só causará sudorese. O terceiro tecido não recomendado é o poliéster. Por ser impermeável, mas não absorvente, ele deixa a sensação desconfortável de pele molhada.