Temer anuncia uso de forças federais para liberar estradas


(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente Michel Temer anunciou que as forças federais de segurança do Brasil serão usadas para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros em todo País. O anúncio foi feito no começo da tarde desta sexta-feira (25), no Palácio do Planalto.

A decisão foi tomada depois de uma reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), com a participação de ministros e do presidente. "Quero anunciar um plano de segurança imediato para acionar as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos governadores que façam o mesmo. Não vamos permitir que a população fique sem os gêneros de primeira necessidade, que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas e crianças fiquem sem escolas. Quem bloqueia estradas de maneira radical será responsabilizado. O governo tem, como tem sempre, a coragem de dialogar; agora terá coragem de usar sua autoridade em defesa do povo brasileiro", disse Temer em discurso.

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) anunciaram na noite de quinta-feira (24) que fecharam um acordo com os representantes dos caminhoneiros para suspender os protesto da categoria por 15 dias.

Porém, os caminhoneiros mobilizados pelas estradas não aceitaram o acordo anunciado, que baixaria em 10% o preço do diesel, e continuam sem rodar, causando falta de produtos em supermercado, combustível nos postos e afetando atendimentos na área da saúde, com cirurgias e translado de pacientes sendo cancelados. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também informou que há relatos de animais sem alimento há mais de 50 horas.

Temer disse, em seu pronunciamento, que uma “minoria radical” está impedindo que muitos caminhoneiros cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias. "O acordo está assinado e cumpri-lo é naturalmente a melhor alternativa. O governo espera e confia que cada caminhoneiro cumpra seu papel", ressaltou.

Das 11 entidades que participaram do encontro, duas delas não aceitaram o acordo. A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil trabalhadores, recusaram a proposta. Elas querem que seja atendido o pedido inicial, que é a isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o diesel, publicada no Diário Oficial da União.

AGU aciona STF para declarar greve ilegal
A Advocacia Geral da União (AGU) acionou o Supreme Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (25) para que a greve dos caminhoneiros seja declarada ilegal.

No documento, a AGU diz que o bloqueio nas estradas "tem gerado quadro de verdadeiro caos nos centros urbanos, em virtude da drástica redução dos estoques de combustívels e de gêneros de primeira necidade".