Trabalhadores dos Correios entram em greve na região

A greve foi decidida após assembleia realizada na noite de terça-feira (19) em São José dos Campos


A greve é por tempo indeterminado e, segundo o Sindicato, foi decidida por votação unânimeA greve por tempo indeterminado e, segundo o Sindicato, foi decidida por votao unnime (Foto : Angélica de Paula/Sintect-VP)

Os trabalhadores dos Correios no Vale do Paraíba e Litoral Norte entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (20), aderindo às paralisações nacional por conta da Campanha Salarial da categoria.

Segundo o Sintect-VP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios), a greve foi decidida após assembleia realizada na noite de terça-feira (19) em São José dos Campos. A greve é por tempo indeterminado e a votação foi unânime.

As reivindicações do sindicato são reajuste salarial (8% em cima do salário base), garantias quanto aos benefícios já conquistados (10% em cima dos benefícios), além de pressionar os Correios para negociar com os trabalhadores.

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A empresa não negociou em cima do proposto, que era para se encerrar em agosto, e quer estender negociações até 31 de dezembro. A reforma trabalhista será implantada até 11 de novembro e com certeza vão questionar isso na negociação. Nós queremos essa conversa agora, seguindo o calendário do Sindicato. Os Correios permanecem intransigentes, ameaçando retirar benefícios dos trabalhadores, que acreditamos que legalmente não pode ser feito, e assim trava o livre direito deles de se mobilizar", ressalta Carlos Alberto Alves, diretor do Sintect-VP.

O Sindicato também afirma que os Correios, alegando crise financeira, está sobrecarregando os poucos funcionários com muito trabalho e não realiza concurso público desde 2011 para completar as faltas. "A empresa alega crise financeira, mas as encomendas só aumentam. Vemos gastos exorbitantes com patrocínios e publicidade e as medidas de cortes afetam somente para os trabalhadores do operacional", afirma Carlos Alberto Alves, diretor do sindicato em Taubaté.

Os trabalhadores também protestam contra a terceirização do convênio médico, antes administrado pelo RH da empresa, e contra a cobrança de mensalidade que querem implantar.

Outro lado
Os Correios informaram através de nota que a paralisação não afeta os serviços atendimento. Até o momento, todas as agências estão abertas e todos os serviços estão disponíveis. A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. O movimento está concentrado na área de distribuição e, de acordo com os Correios, na região de São Paulo-Interior 93,3% do efetivo está presente e trabalhando, o que corresponde a 10.388 empregados.

Sobre as negociações, os Correios informaram que seguem conversando com os sindicatos que não aderiram à paralisação nesta semana. Com os sindicatos que votaram greve, a empresa diz estar disposta a negociar e dialogar com as representações dos trabalhadores na busca de soluções que o momento exige e considera a greve um ato precipitado que desqualifica o processo de negociação e prejudica todo o esforço realizado durante este ano para retomar a qualidade e os resultados financeiros da empresa.