A energia elétrica é uma das necessidades do ser humano. Hoje em dia, estamos tão acostumados a tê-la à disposição que nem paramos para pensar na infraestrutura necessária para levá-la dentro de nossas casas, locais de trabalho ou quaisquer outros estabelecimentos - ela simplesmente está lá.
Acredita-se que o fenômeno tenha sido descoberto em 1752 por Benjamin Franklin, em seu famoso experimento da pipa. Já em 1882, Thomas Edison, o inventor da lâmpada incandescente, ajudou a criar a "Edison Electric Illuminating Company of New York", que começou a levar luz elétrica para algumas partes de Manhattan.
De acordo com o National Park Service, no ano de 1925, metade dos lares nos Estados Unidos já tinham energia elétrica. Hoje, depois de mais de 95 anos, ela já está presente na grande maioria dos lugares do mundo, inclusive no Brasil. Porém, será que ainda há lugares sem energia elétrica?
Antes de tirar essa dúvida, porém, vamos entender como acontece a distribuição de energia elétrica pelo território brasileiro, de modo a saber o que está por trás da eletricidade disponível em nossas tomadas e fiações elétricas.
Como a energia elétrica é distribuída pelo Brasil?
Através do Sistema Interligado Nacional (SIN), sobre o qual você pode nunca ter ouvido falar até hoje, mas que certamente te permitiu desfrutar da energia elétrica onde quer que estivesse.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em relação à capacidade instalada no Brasil, 67,6% da energia vem de usinas hidrelétricas, 12,5% das térmicas, 8,9% das eólicas, 8,3% das de biomassa, 1,2% das nucleares, 1,1% das solares e 0,5% de outras fontes.
Essa energia constitui quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da Região Norte. Sua distribuição é feita de modo que todas as regiões cobertas pelo SIN recebam energia elétrica de forma equilibrada.
Considerando que havia 71 milhões de domicílios no Brasil em 2018, de acordo com o IBGE, então 355 mil domicílios não possuem acesso à rede geral de distribuição de energia elétrica, o que é bastante coisa.
Neste momento, é provável que você esteja se perguntando se essas pessoas ficam sem energia elétrica, não é? Vamos descobrir!
Os domicílios sem acesso à rede geral de distribuição não têm energia elétrica?
Não necessariamente. Os locais em que eles se encontram podem recorrer aos sistemas de geração de energia elétrica, ou seja, mesmo sem a rede geral, eles também desfrutam de eletricidade em suas casas.
É pouco provável que 100% do Brasil seja contemplado com a rede geral de distribuição de energia elétrica, tendo em vista que há regiões em comunidades remotas com restrição ou mesmo nenhum acesso a serviços básicos, como aldeias indígenas, por exemplo.
Porém, há outras cidades que utilizam geradores de energia para que possam desfrutar da eletricidade em seu cotidiano da mesma forma que é feita no restante do país, o que os permite utilizar a tecnologia, os produtos e os serviços disponíveis.
Dois exemplos são as cidades de Assis Brasil e Manoel Urbano, ambas no Acre, com população estimada em mais de 20 mil habitantes quando contabilizadas em conjunto.
As cidades ficam a 560 km de distância uma da outra, sendo que Assis Brasil está praticamente na fronteira com o Peru, enquanto Manoel Urbano já fica mais próxima da divisa com Amazonas.
Para tal, cada cidade passou a receber uma usina de geração de energia elétrica com 2 MW de capacidade, através do uso de seis geradores de 550 KVA cada. Assim, tornou-se possível atender plenamente à demanda das residências e dos estabelecimentos comerciais ali presentes.
Ambas usinas respeitam um rigoroso controle de operação e manutenção de suas plantas, além de uma equipe dedicada exclusivamente a tais projetos, para que possam intervir em caso de qualquer necessidade.
Com isso, ainda que não estejam interligadas ao SIN, as cidades de Assis Brasil e Manoel Urbano possuem acesso irrestrito à energia elétrica, 24 horas por dia e 365 dias por ano, sem a qual é praticamente inimaginável se viver nos dias de hoje.
Energia elétrica: uma necessidade para nosso cotidiano
É até difícil pensar em viver sem eletricidade, com banhos gelados, comida fria e sem a possibilidade de carregar os celulares, tablets e notebooks, além de também não ser possível assistir televisão ou escutar músicas e notícias no rádio.
Diante de tal necessidade, mesmo as cidades que ainda não fazem parte do SIN também precisam de energia elétrica, e felizmente é possível recorrer aos sistemas de geração de energia, que não apresentam nenhuma diferença para o consumidor final em termos de disponibilidade, confiabilidade e segurança.
Portanto, quando ligar o chuveiro, acender a lâmpada, abrir o portão automático da garagem ou fazer qualquer outra atividade que demande eletricidade, lembre-se que ainda há lugares não contemplados pelo Sistema Interligado Nacional, mas que nem isso é um impeditivo para desfrutar do conforto da energia elétrica.