Candidatas denunciam favorecimento político e coação nas eleições do Conselho Tutelar de Igaratá
O caso foi levado ao Ministério Público.
As eleições do Conselho Tutelar de Igaratá estão sob forte suspeita após denúncias de irregularidades envolvendo a candidatura de Naiane Albuquerque. Segundo relatos, o processo seletivo foi marcado por descumprimento de regras, interferência política e omissão da comissão responsável pela condução da eleição.
Naiane, esposa de Renan Lobo - assessor direto do prefeito - teria chegado atrasada em etapas cruciais do processo, como a prova eliminatória e o sorteio dos números dos candidatos. De acordo com o edital, o atraso seria motivo para desclassificação. Após reunião, a comissão eleitoral decidiu pela impugnação da candidatura. No entanto, logo em seguida, Renan Lobo teria entrado na sala onde a decisão havia sido tomada e exigido, de forma autoritária, que sua esposa participasse do sorteio, contrariando as normas.
Testemunhas relataram que o assessor agiu de forma agressiva e intimidatória, sendo contido por uma funcionária que temia um desfecho mais grave. Apesar da situação, a comissão eleitoral permaneceu em silêncio e permitiu que a candidata fosse incluída no processo.
As candidatas afirmam que, desde então, passaram a sofrer coações e ameaças, além de denúncias falsas que tentam desestabilizar suas campanhas. Elas solicitaram ao Ministério Público a apuração dos fatos e a liberação das imagens das câmeras de segurança da sala onde ocorreu o episódio.
Outro ponto que gerou questionamentos foi a participação de Renan Lobo em uma transmissão ao vivo no dia 10 de julho. Durante a gravação, ele afirmou que sua entrada na sala teria sido para conter uma briga, sem mencionar que o motivo da confusão era a tentativa de validar a candidatura de sua esposa. Para as denunciantes, a fala distorce os fatos e tenta justificar uma interferência indevida.
O caso foi levado ao Ministério Público.
A redação do jornal AgoraVale entrou em contato com a prefeitura de Igaratá. Segue nota na integra, enviada pelo Dr. Carlos R. Marques Jr:
"Segundo foi apurado houve uma confusão iniciada por duas candidatas durante o sorteio de números dos candidatos, em sessão que sequer havia a necessidade da presença deles, e que por liberalidade da Comissão da Eleição, prezando por maior transparência em seus atos permitiu a presença dos interessados. ou seja, não se tratava de etapa eliminatória. Nesta ocasião, a candidata Naiane chegou durante o sorteio e as duas candidatas inconformadas passaram a exigir a sua desclassificação. As mesmas que vem alegando descumprimento das normas editalícias, em nenhum momento apontam qual regra teria sido infringida, e assim entenderam os candidatos presentes, a Comissão da Eleição, e corroborou o Ministério Público com o arquivamento das denúncias.
Destaco que a sessão era aberta, sendo realizada no Paço Municipal, na Sala de Reunião localizada na entrada, e fica localizada ao lado da Secretaria de Assistência Social, local em que o Sr. Renan Lobo trabalha. Na ocasião dos fatos as duas denunciantes estavam exaltadas chamando a atenção de todos que se encontravam próximos ao local, pois ficaram espantados e se dirigiram a Sala de Reunião, sendo a Secretária da Assistência Social e dois outros servidores, que inclui o Sr. Renan Lobo. A conduta das denunciantes foi objeto de Boletim de Ocorrência feito pela Presidente do CMDCA que preside o Conselho Eleitoral, na Delegacia de Polícia de Igaratá. A conduta do Sr. Renan Lobo, não condiz com nada que foi relatado, sendo certo de que houvesse agido de formar arbitrária em favor de qualquer candidato, o primeiro a adotar providencias seria o próprio Prefeito que embora não tenha qualquer ingerência sobre os assuntos da eleição dos conselheiros que é de prerrogativa do Ministério Público."
