Carros seminovos: o que é necessário saber antes de comprar um?

Carros usados e seminovos são preferidos em relação aos novos, mas mercado aquecido esconde muitos veículos com problemas


Comprar um carro é sempre um momento cercado de expectativas e empolgação, principalmente se for o primeiro carro de um jovem motorista. Porém, uma vez que os carros novos são inacessíveis para boa parte da população, os carros seminovos e usados se tornam a opção ideal para enfim adquirir um automóvel.

É o que mostram os dados mais recentes da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, a Fenauto. Apenas no primeiro mês do ano de 2024 foi registrado um aumento de 14% nas vendas de novos e usados, em relação a janeiro de  2023, totalizando mais de 760 mil unidades vendidas. É um número quase sete vezes maior que o número de carros novos vendidos no mesmo período, cerca de 118 mil unidades.

Olhar atento é necessário para não cair em um mau negócio

Contudo, os carros usados requerem mais atenção antes de se fechar negócio. Os diferentes tipos de uso a que podem ter sido submetidos dirão muito sobre a confiabilidade e até mesmo sobre seu preço. Por esse motivo, uma boa avaliação do estado geral do veículo é de grande valia para se certificar que se trata de um bom negócio.

Confira o aspecto externo do veículo

Um dos primeiros aspectos a se inspecionar é certamente o visual externo. Batidas, arranhões, pintura muito gasta ou queimada pelo sol são as primeiras coisas que devem saltar aos olhos. Não que atrapalhem a funcionalidade do carro, mas são detalhes que farão a diferença em uma futura revenda ou que poderão custar caro para consertar.

É importante conferir o estado dos pneus, incluindo o estepe. Isso garantirá pelo menos a segurança para uma viagem de volta, e também significa uma economia em curto prazo. Lanternas, setas e luz de ré devem estar funcionando, caso contrário podem mesmo ser motivo de multa. Ainda do lado de fora, é importante conferir a suspensão. Force a parte da frente e depois a traseira na direção do chão: se o carro balançar muito, pode ter problema nos amortecedores e nas molas. Se até então nada anormal foi encontrado, pode-se passar para o lado de dentro. Aqui, é importante conferir a quilometragem. Estima-se que, para cada ano do carro, ele rode 10 mil quilômetros. Uma conta rápida informará se é um carro muito rodado ou não.

Quilometragem baixa não significa melhor estado

O desgaste de partes deve ser compatível com esse número. Contudo, muitos carros com quilometragem relativamente baixa passaram por má conservação. Portanto, o discernimento é fundamental. Procure saber quantos donos o carro já teve e se a manutenção preventiva era feita no tempo correto - troca de óleo, embreagem e freios. 

No mais, procurar fazer um test-drive ajuda na avaliação. O motor do carro não pode fazer barulhos muito estranhos e deve ser conferido com o capô aberto, de preferência quando frio. Confira se o câmbio apresenta muita folga ao engatar as marchas, se alguma escapa quando engatada ou se a embreagem está muito funda.

Procure uma vistoria que faça laudo cautelar

Um laudo cautelar pode auxiliar muito na avaliação tanto das partes mecânicas quanto da estrutura do carro. Entretanto, é sempre preferível comprar carros de pessoas conhecidas e aqueles cujo histórico seja ao menos um pouco conhecido. Isso certamente reduzirá as dores de cabeça caso surja um problema, eventualmente.

Documentação em dia é exigência mínima

E, claro, a documentação deve estar em dia. Caso contrário, a transferência de propriedade não sairá do papel. Hoje, todo o trâmite é feito de maneira digital, por meio do ATPV-e, correspondente ao antigo DUT. Mas, para isso, o licenciamento deve estar pago, assim como os demais débitos do veículo.