A Desenvolve SP - O Banco do Empreendedor, instituição financeira do Governo de São Paulo, presenteia empresários, gestores públicos, estudantes e a sociedade paulista como um todo, com a divulgação de um estudo, inédito, sobre as características econômicas de cada uma das 16 Regiões Administrativas (RAs) do Estado. O objetivo do mapa é possibilitar que o público conheça ainda mais as características específicas da sua respectiva região e, dessa forma, possa utilizá-las entre outras aspectos para empreender de forma mais assertiva e planejada.
Encomendado à Fundação Seade, instituição que é referência na produção de estatísticas socioeconômicas e demográficas, o estudo identificou as potencialidades, desafios e oportunidades das 16 RAs e, agora, a Desenvolve SP disponibiliza essas informações para mostrar São Paulo sob uma nova perspectiva.
Para realizar a análise dos setores estratégicos foram considerados indicadores importantes ligados à Competitividade Regional (geração de empregos), ao Porte das Empresas Locais (por empregados), ao Dinamismo (faturamento das empresas) e ao Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS). Anúncios de investimentos produtivos divulgados na imprensa também fizeram parte do estudo e ajudaram a apontar tendências setoriais e regionais da economia paulista.
A Região de São José dos Campos
A Região Administrativa de São José dos Campos destaca-se pela diversificação da indústria ao longo da Rodovia Presidente Dutra. A região abriga um dos mais modernos complexos aeronáuticos do mundo, que tem como núcleo a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e um conjunto de centros de pesquisa de alto nível, como o Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA) e o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). A RA é ainda um grande polo de desenvolvimento nas atividades de refino de petróleo, produção de automóveis, equipamentos de transporte e papel e celulose.
Um dos principais pontos revelados pelo estudo, inclusive, é a relação direta entre inovação e a geração de empregos na região. "Ao olhar a distribuição de empregos formais na indústria local é possível identificar que as empresas que mais empregam estão ligadas aos segmentos de veículos automotores, metalurgia e de celulose e papel, conhecidas por investirem constantemente em novos processos e tecnologias para agregar valor aos seus produtos", diz Nelson de Souza, presidente da Desenvolve SP.
Outro ponto de destaque são as exportações de alta e média alta intensidade tecnológica: e região é referência na exportação de aviões, automóveis, partes de motores e geradores, acumuladores elétricos de chumbo, embreagens e suas partes para tratores. Segundo o estudo, a indústria de alta tecnologia representou 47,7% das exportações da região em 2016, enquanto no Estado de São Paulo a representatividade desse tipo de exportação foi de apenas 12,5%.
Vale ressaltar que dentro da RA de São José dos Campos estão inseridos oito Polos de Desenvolvimento do Estado (programa do Governo paulista que impulsiona a competitividade e a produtividade de setores já instalados de forma aglomerada no território): Automotivo; Derivados do Petróleo e Petroquímicos; Papel, Celulose e Reflorestamento, Biocombustíveis; e Têxtil, Vestuário e Acessórios.
De olho nas oportunidades
Segundo Nelson de Souza, o Mapa da Economia Paulista vai pautar a instituição financeira na definição de estratégias para impulsionar a indústria paulista nos próximos anos. "Por ser uma agência de fomento, a Desenvolve SP está sempre atenta às necessidades das micro, pequenas e médias empresas. Nossa intenção é usar as informações obtidas pelo estudo como base para criar produtos e iniciativas que incentivem cada vez mais o desenvolvimento planejado da economia estadual", diz.
Entre as oportunidades mapeadas pelo estudo na RA está ainda a consolidação de modelos de negócios ligados aos chamados setores dinâmicos da indústria como o de bebidas, confecções e vestuário, combustíveis e móveis, bem como o apoio às startups de diversas áreas por meio do Parque Tecnológico de São José dos Campos.
Estes modelos de negócios surgem como contraponto às fraquezas e ameaças da região, identificadas no mesmo estudo como uma cadeia produtiva aeronáutica vulnerável a políticas protecionistas, subsídios ou acordos comerciais; e de uma indústria automobilística dependente de políticas de incentivo do governo federal, por exemplo.
A recente concessão do aeroporto estadual de Ubatuba também entrou no radar do estudo. "Com o aeroporto, empresários e gestores públicos devem ficar atentos ao surgimento de oportunidades ligadas ao turismo local, o que deve gerar desenvolvimento para e região do Vale que dispõe de grandes áreas de conservação ambiental da Mata Atlântica na Serra da Mantiqueira", analisa Souza.
Para a seleção de setores: Indicadores de Localização e Especialização por Regiões Administrativas (RAs);
Para a avaliação de setores: Competitividade (geração de empregos), Porte das Empresas e Dinamismo (faturamento real);
Análise SWOT: Demografia; IPRS; Estrutura Dinâmica e Econômica; Capital Humano;
Notas Técnicas
Setores selecionados: Para a realização do trabalho, foram selecionados alguns setores considerados competitivos e dinâmicos.
Setores competitivos: aqueles que possuem concentração de emprego maior que a média estadual e elevado grau de especialização para a região;
Setores dinâmicos: aqueles que apresentaram crescimento relevante do faturamento real entre 2010 e 2017.
Análise SWOT: SWOT é a sigla dos termos ingleses Strengths (Forças), Weakness (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Trata-se de um método de gestão para o estudo dos ambientes interno e externo através da identificação e análise dos pontos fortes e fracos de uma região, por exemplo, e também das oportunidades e ameaças às quais ela está exposta.
Por meio da análise SWOT realizada para este estudo, obteve-se um gráfico principal que apresenta, em um mapa de dispersão, o desempenho de setores selecionados levando em consideração a participação dos empregos formais industriais e o crescimento do faturamento real entre 2010 e 2017 nas respectivas regiões. Além disso, para identificar a relevância dos setores selecionados na produção de riqueza, o trabalho apresenta também a composição do Valor Adicionado Fiscal (VAF) para cada região administrativa.
Valor Adicionado Fiscal (VAF): indicador econômico-contábil calculado por meio da diferença entre o valor de entrada e de saída de mercadorias e prestação de serviços de transporte e de comunicação. É utilizado como uma proxy do PIB.
Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS): indicador inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano - IDH e exprime, sinteticamente, um conjunto de dimensões (riqueza, longevidade e escolaridade) a fim de caracterizar a posição de determinada unidade territorial (município, região administrativa, Estado).