O Festival do Camarão de Caraguatatuba segue até o dia 27 de julho, na Praça da Cultura, celebrando a cultura caiçara e oferecendo ao público uma verdadeira imersão na gastronomia e nas tradições da comunidade pesqueira da Praia do Camaroeiro. Em 2025, o evento chega à sua 26ª edição, consolidado como um dos marcos culturais e turísticos mais importantes da cidade.
Com funcionamento diário das 12h às 23h59 e entrada gratuita, o festival conta com 17 estandes de culinária, com pratos à base de camarão e mandioca, além de dois estandes dedicados a doces tradicionais. A programação inclui ainda atividades de arte, cultura e esporte, reunindo atrações para todas as idades.
Entre os espaços temáticos, estão a Casa do Caiçara, o Oratório de São Pedro, o Espaço da Memória do Arquivo Municipal Arino Sant'anna de Barros, e o Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba (Macc), com exposições, contações de histórias e vivências culturais. No Espaço das Artes, há exposição e venda de obras de artistas e artesãos locais. Já o Rancho Caiçara apresenta atividades como a cunhagem de canoas e a confecção de redes artesanais. No espaço da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, os visitantes encontram projetos de preservação ambiental e degustação de produtos da Mata Atlântica, como o Cambuci.
O encerramento, no dia 27 de julho, será marcado pela tradicional Corrida de Canoa Caiçara, às 9h, na Praia do Centro, com categorias solo, dupla masculina, feminina e mista. As inscrições acontecem no local a partir das 7h30. Quem não possui embarcação poderá competir com canoas cedidas pela fundação. O dia também contará com o evento especial "Canoa a Pano", com Miguel de Andrade e convidados.
A programação diária traz shows musicais, teatro, cinema, fandango, maracatu, samba, forró, MPB, reggae, além de contações de histórias com Nhá Rita e Leco Borba, e instalações artísticas como o Museu Vivo - Sou Caiçara.
O festival surgiu em 1998, com o objetivo de celebrar o fim do defeso, período em que a pesca do camarão é proibida. Organizado pela Secretaria de Turismo e pela Colônia de Pescadores Z-8, o evento promove a pesca sustentável e valoriza o patrimônio cultural e ambiental da região. A partir de 2008, passou a ser realizado na Praça da Cultura, ampliando sua atuação com exposições, atividades culturais e competições esportivas.
Durante o evento, o público também pode visitar a Casa do Caiçara, com estrutura de pau-a-pique, onde funciona a Casa da Farinha e se resgata o modo de vida da comunidade pesqueira tradicional.
A comunidade do Camaroeiro remonta à década de 1940, quando cerca de 20 famílias começaram a habitar a região. A pesca de camarão com puçá era a principal atividade econômica, e o comércio era feito diretamente pelos moradores. As mulheres produziam esteiras de taboa, essenciais para a pesca. A festa religiosa em homenagem a São Pedro, impulsionada por Sebastião Isidoro, ganhou destaque após ele encontrar uma imagem do santo em 1955, tornando-se a conhecida "Festa do Isidoro".
A celebração envolvia toda a comunidade, com quadrilhas, cana verde, capitães de mastro, pau-de-sebo, além de quentão, café com torresmo e bolos caseiros oferecidos gratuitamente. Hoje, o Festival do Camarão mantém viva essa herança, sendo um espaço de memória, festa e resistência cultural.