No mês em que se comemoram os 19 anos da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica permanece como prioridade em São Sebastião. A Patrulha Maria da Penha, braço da Polícia Municipal, acompanha atualmente 122 medidas protetivas ativas. De janeiro a julho de 2025, foram realizados 1.064 atendimentos às vítimas cadastradas, conforme determinação judicial.
Desde 2016 até julho deste ano, a Patrulha contabiliza 76 prisões relacionadas à violência contra a mulher e 6.256 atendimentos e acompanhamentos de medidas protetivas. A policial municipal Liliana Granato Bedrossian Sobral, responsável pelo serviço, explica que as equipes visitam as casas das mulheres de três a quatro vezes por mês e realizam atendimentos via telefone e WhatsApp.
Grande parte das vítimas possui botão de pânico, que, quando acionado, dispara alerta imediato no Centro de Operações Integradas (COI), enviando viaturas em tempo real. Liliana reforça que a justiça encaminha os nomes para as medidas protetivas, e destaca a importância da denúncia: "A vítima deve procurar a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), o fórum e redes de apoio para solicitar proteção".
Após a pandemia, a Patrulha identificou um novo perfil, os chamados "divórcios cinza", com mulheres acima de 50 anos que buscam proteção contra violência após a separação. Dados do IBGE mostram que cerca de 30% dos divórcios recentes são dessa faixa etária.
A policial também destaca que as ameaças não são só físicas, mas também psicológicas e patrimoniais, que causam danos profundos e invisíveis. Um exemplo real é o caso de C.S.A., 44 anos, vítima de agressões verbais, racismo e humilhação, que após procurar a justiça recebeu medida protetiva e busca reconstruir sua vida com o apoio da rede local.