Trabalhadores protestam contra corte na PLR, mudanças no teletrabalho e outras reivindicações
Os petroleiros da Revap (Refinaria Henrique Lage/Petrobrás), em São José dos Campos, aderem à greve nacional unificada nesta quarta-feira (26). A paralisação foi convocada pelo Sindipetro-SJC, pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) em resposta a uma série de medidas adotadas pela atual gestão da Petrobrás, que, segundo os sindicatos, prejudicam os trabalhadores.
Entre as principais reivindicações estão a redução de 31% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), acordada anteriormente com os sindicatos, e a mudança unilateral no regime de teletrabalho, aumentando de dois para três os dias presenciais. Os trabalhadores também cobram uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs), que impactam aposentadorias e pensões, além da criação de um novo Plano de Cargos, Carreira e Salário, que garanta progressão profissional e maior transparência. Outra demanda é a reposição do efetivo, já que, de acordo com a categoria, a Petrobrás sofre com a redução expressiva de trabalhadores nos últimos anos.
Além dos petroleiros, a greve tem apoio do Sintricom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte), que também reivindica melhores condições de trabalho na refinaria. O sindicato realizará uma assembleia na porta da Revap na manhã desta quarta-feira.
A vice-presidente do Sindipetro-SJC, Cidiana Masini, afirmou que a mobilização demonstra a insatisfação da categoria diante dos retrocessos impostos pela gestão da empresa. "Há tempos não víamos uma greve tão fortalecida e unindo a categoria. A gestão atual propõe diversos retrocessos em direitos conquistados e negociados coletivamente. Não vamos aceitar! Nenhum passo atrás", declarou.
A sindicalista também criticou a justificativa da Petrobrás para o corte na PLR. "Os trabalhadores cumpriram todas as metas e o déficit apresentado não é de responsabilidade da categoria. Enquanto isso, os acionistas receberam R$ 100,3 bilhões em 2024", pontuou.
Manifesto da FUP e FNP
Em comunicado conjunto, as federações FUP e FNP destacaram que a categoria petroleira tem sido fundamental na defesa da soberania nacional e das lutas populares no Brasil. No entanto, os sindicatos denunciam que a atual gestão da Petrobrás tem adotado uma postura autoritária, restringindo o diálogo e ignorando fóruns de negociação coletiva.
O manifesto ressalta que a imposição unilateral de mudanças no teletrabalho e a redução da PLR representam ataques aos direitos trabalhistas. "Isso não é negociação, é desrespeito às históricas lutas e conquistas do movimento sindical", afirmam as federações.
Os petroleiros também reivindicam:
1. A garantia do valor integral da PLR, sem cortes;
2. O cancelamento das mudanças no teletrabalho e a retomada de negociações coletivas;
3. O fim dos PEDs do Plano Petros, que impactam aposentadorias e pensões;
4. A criação de um Plano de Cargos, Carreira e Salário único e transparente;
5. A reposição do efetivo da Petrobrás, com convocação de concursados;
6. A melhoria das condições de segurança e trabalho para funcionários diretos e prestadores de serviço;
7. A reabertura da Fafen-PR com segurança e condições adequadas para os trabalhadores.
A paralisação de 24 horas faz parte da mobilização nacional da categoria, que cobra respeito aos direitos dos trabalhadores e a retomada do diálogo com os sindicatos.
A redação do portal AgoraVale tenta contato com a Revap. Essa matéria será atualizada quando um posicionamento da empresa ser enviado.
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