No Porto de São Sebastião, os treinamentos para lidar com situações de emergência são uma rotina essencial. O treinamento mais recente foi aprovado com êxito, com o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitindo um documento que validou a simulação após analisar todos os dados envolvidos. As equipes envolvidas nos programas de Gestão Ambiental e Gerenciamento de Riscos da Companhia Docas de São Sebastião responderam eficazmente a um cenário simulado que envolvia o impacto hipotético de uma embarcação contra o cais comercial, derramamento de óleo no mar, resgate de vítimas tanto a bordo como na água, e até mesmo o resgate de animais afetados pelo vazamento.
A realização do Simulado Geral de Atendimento a Emergências é um requisito para a validação da licença de operação do porto, sob a supervisão da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). O exercício teve uma duração total de cerca de três horas, mas a fase crítica de contenção da propagação do óleo foi concluída em aproximadamente 90 minutos, o que foi considerado um desempenho satisfatório. Durante o simulado, a contaminação foi representada com centenas de bolinhas que imitavam o padrão de dispersão do óleo, e essas bolinhas foram contidas a tempo por meio das barreiras.
"Isso teria protegido as áreas de preservação. Nossa preocupação, ainda mais, em se tratando de óleo, foi a de não deixar que a contaminação atingisse a linha de costa e a fauna, e o documento reconhece isso", afirma Isadora Bonello, gerente de Meio Ambiente da Companhia Docas do Porto de São Sebastião. O resultado considera, inclusive, imprevistos, como a passagem de uma embarcação, que ampliou a velocidade de dispersão das bolinhas. Para os próximos treinamentos desse tipo, a interferência será incluída.
O relatório também aprovou a adequação do contingente de 100 profissionais que participaram da ação. A mobilização foi iniciada pela Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) e contou com o uso de três embarcações pertencentes à operação, além da colaboração de membros da comunidade portuária local. Um total de 300 metros de barreiras de contenção com boias foram implantados no local do cenário hipotético de acidente, visando conter a disseminação do óleo. Além disso, para proteger áreas sensíveis, como os fragmentos de mangue na área do Colhereiro (próxima à Travessia São Sebastião/Ilhabela) e o mangue do Araçá, foram empregadas barreiras de absorção para evitar a expansão da mancha de óleo.
Paralelamente, equipes utilizaram equipamentos de sucção, enquanto especialistas do Instituto Gremar conduziram uma simulação de resgate e prestação de primeiros socorros a um animal afetado pelo derramamento de óleo, encontrado em uma praia próxima. O intervalo de tempo entre o acionamento dessa equipe e sua chegada ao local foi inferior a duas horas. No entanto, levando em consideração possíveis atrasos devido ao aumento do tráfego em dias movimentados, a Companhia Docas de São Sebastião (CDSS) planeja treinar uma equipe própria para realizar a primeira intervenção, aguardando a chegada da equipe principal.
"O simulado ocorreu de maneira satisfatória, apresentando a capacidade de atendimento e de resposta frente às adversidades, considerando todos os protocolos de emergência", avalia o diretor-presidente da Companhia Docas de São Sebastião, Ernesto Sampaio. "Visamos à capacitação cada vez mais eficaz, com o objetivo de salvaguardar vidas humanas e proteger o meio ambiente de impactos negativos. Importante termos esse reconhecimento", completou.
Os simulados de emergência fazem parte do programa de treinamentos dos Planos de Emergência, condicionantes da Licença de Operação do porto, que conta com infraestrutura própria de atendimento a emergências, o Centro de Atendimento a Emergências (Ceate). O simulado contou com a participação da Marinha, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Samu, ICMBio, Instituto Gremar, de operadores portuários e empresas de apoio portuário.