São José abre Centro de Documentação Musical para salvaguardar patrimônio artístico da região

Espaço, que fica dentro do Parque Vicentina Aranha, receberá uma apresentação musical com obras do acervo no dia 20 de abril


Em 2022, São José dos Campos foi certificado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como a primeira Cidade Inteligente do Brasil.

Além da vertente inovadora, São José também tem uma forte expressão cultural. "Aqui convivem tradições no campo da cultura, com a passagem e residência de inúmeros músicos profissionais e amadores, de expressão regional e nacional, que alimentaram a vida cotidiana do joseense com sua arte", comenta Raquel Aranha, pesquisadora, musicista e doutora em Música.

Benjamim Silva Araújo, José Tito Alves, Honorato Costa, Walter Ovalle, Maestro Cunha, Zygmunt Kubala, Airton Vilaça, Rita de Cássia Vilaça, Sérgio Weiss, Zélia Marão, Jorge Alfaiate, Nanci Bueno, Marco Antônio Ramos, Isis Moreira, Juan Serrano, Altino Bondesan, João Silva e Ary Piassarollo são algumas dessas personalidades.

Documentação musical do Vale

O Vale do Paraíba concentra uma documentação musical rica e diversa, que passa pelos séculos 18, 19 e 20. Música sacra, de bandas de sopro, de câmara, de cinema mudo, de orquestra, o Choro são alguns dos exemplos da diversidade cultural ligada aos centros urbanos, em especial à cidade de São José dos Campos.

"Existem muitos registros dessas produções em coleções particulares espalhadas pela cidade. Cadernos de composições, fotos, gravações em vídeo, em áudio, cartazes, programas de concerto, contratos.  Para contar essa história musical é preciso reunir o material, preservá-lo, estudá-lo e tocá-lo novamente", explica Raquel.

Centro de Documentação Musical

Com o objetivo de salvaguardar esse patrimônio, foi inaugurado em 2022 o Centro de Documentação Musical de São José dos Campos, no Parque Vicentina Aranha.

Coordenado pela Dra. Raquel Aranha, o CDM está situado dentro do restaurado Pavilhão Marina Crespi e é fruto de uma parceria entre a Sociedade de Cultura e Educação Musical (SOCEM) e a AFAC - Organização Social de Cultura, e conta com apoio Programa de Ação Cultural de São Paulo, o ProAC.

No local, são promovidas ações de salvaguarda técnica por profissionais, como triagem do acervo, higienização, digitalização de fotos e documentos, organização de arquivo, acondicionamento, além da difusão de pesquisa, promoção de palestras e apresentações musicais.

O Pavilhão também abriga a "Sala Maestro Cunha", a "Sala de Exposição Yolanda Borghoff" e a "Sala de Música Jorge Israel", uma homenagem a personagens ilustres do cenário artístico-musical joseense.

"A preservação do patrimônio musical está em consonância com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11.4, da Organização das Nações Unidas (ONU), que incentiva o fortalecimento de esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo. Esta 'Casa de Sons e Memórias da Cidade' é um sonho realizado e está aberta a todos que desejam conhecer e perpetuar a história", conclui Raquel Aranha.