Uma área localizada no bairro Morro do Abrigo, na região central de São Sebastião, foi escolhida para integrar o Projeto de Aprimoramento da Capacidade Técnica em Medidas Estruturais contra Movimentos Gravitacionais de Massa, conhecido como 'Projeto Sabo'. A iniciativa visa fortalecer a construção de cidades resilientes, com foco na prevenção de escorregamentos e deslizamentos de terra.
Na terça-feira (22/7), uma comitiva técnica formada por engenheiros japoneses, representantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Defesa Civil Estadual e da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) foi recepcionada pela Defesa Civil de São Sebastião para a realização das medições iniciais no local, etapa fundamental para a elaboração do projeto executivo.
O engenheiro Renan Mendes, da Defesa Civil do município, explicou que o Morro do Abrigo foi selecionado por apresentar risco de escorregamento de terra, dentro dos critérios técnicos estabelecidos pelo projeto. Além dessa região, outras duas áreas da Costa Sul foram avaliadas anteriormente.
São Sebastião está entre os quatro municípios brasileiros indicados pelo IPT para receber essa tecnologia japonesa, ao lado de Caraguatatuba, Blumenau (SC) e Petrópolis (RJ). Já existem projetos pilotos em andamento nas cidades de Teresópolis e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
A prefeitura será responsável pelos estudos de topografia e sondagem, enquanto a cooperação Brasil-Japão cuidará do projeto e implantação da estrutura, que pode ser impermeável ou permeável, com o objetivo de conter pedras e sedimentos levados por chuvas intensas.
Projeto Sabo
Inspirado em soluções japonesas, o Projeto Sabo deriva das palavras "sa" (sedimento) e "bo" (proteção), e consiste em barragens específicas para conter fluxos de detritos em regiões de risco. Essas estruturas têm como finalidade proteger vidas, reduzir danos e conter deslizamentos em áreas urbanas e vulneráveis.
As barragens Sabo são posicionadas a montante de áreas habitadas e cumprem diversas funções, como:
Disciplinar o fluxo de detritos durante eventos extremos;
Reduzir a declividade do vale, diminuindo a energia do fluxo;
Capturar parte dos sedimentos e troncos, diminuindo o volume transportado;
Estabilizar os sedimentos no leito dos rios, reduzindo a erosão e os riscos.
Essa iniciativa reforça o compromisso de São Sebastião com a segurança da população, integrando a cidade às estratégias nacionais de adaptação às mudanças climáticas e fortalecimento da resiliência urbana.