Dona Ivone Lara morre aos 97 anos, no Rio de Janeiro




Um dos maiores nomes do samba, a cantora e compositora Dona Ivone Lara faleceu na noite de segunda-feira (16), aos 97 anos, no Rio de Janeiro. Ela estava internada desde sexta-feira (13) no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) da Coordenação de Emergência Regional (CER), com um quadro de anemia.

Dona Ivone Lara nasceu em 13 de abril de 1921, no Rio de Janeiro, cidade em que compôs seu primeiro samba aos 12 anos, chamado "Tiê, Tiê". Aprendeu a tocar cavaquinho com seu tio Dionísio Bento da Silva, que tocava para nomes como Pixinguinha e Donga.

Começou a compor sambas por volta de 1945, para sua primeira escola de samba, a Prazer da Serrinha, porém quem assinava as composições era seu primo Fuleiro, por conta do preconceito que existia de mulheres nas agremiações naquela época. A sambista compôs "Nasci para sofrer", que se tornou hino da escola.

Após trabalhar como enfermeira e assistente social de pacientes com doença mental, chegou a Império Serrano em 1965, onde gravou seu primeiro disco, "Samba minha verdade, samba minha raiz", em 1974. Em 1977, se aposentou da área de saúde e passou a se dedicar integralmente à música, se tornando uma das maiores letristas da história da música brasileira.

Conhecida como a "Grande Dama do Samba", tem entre suas composições mais conhecidas "Sonho meu" e "Acreditar". Suas canções foram interpretadas por nomes como Clara Nunes, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Marisa Monte e Dorina.

O velório acontecerá na manhã desta terça-feira (14) na quadra da Império Serrana, sua escola do coração, em Madureira, na zona norte da cidade. O sepultamento será no Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro.