O Museu do Folclore de São José dos Campos realiza, neste domingo (24), a partir das 16h, em caráter experimental, uma transmissão virtual do programa Museu Vivo. A live deve durar uma hora e será feita na página do museu na plataforma Youtube. A pesquisadora do museu, Tiane Tessaroto Santoro, conversará com o zabumbeiro, versador e brincalhão João Mário Teixeira Braga Machado.
Sendo bem controlado, uma experiência poderá ser repetida em 15 dias. Segundo explica a gestora do Museu do Folclore, Francine Maia, "o formato virtual é um teste que estamos fazendo, uma vez que as atividades presenciais estão suspensas em razão do combate ao novo coronavírus". A última edição presidencial do Museu Vivo foi realizada no dia 15 de março.
Samba de Bumbo
Natural de Santana do Parnaíba (SP), João Mário Teixeira Braga Machado, 34 anos, falará sobre seus sabores musicais e culturais com respeito ao samba de bumbo, manifestação cultural bastante conhecida no Estado de São Paulo.
João Mário conta que quando era criança já participava do samba, mas não entendia isso como patrimônio. "A primeira vez que sai para desfilar em uma escola de samba da cidade, eu tinha 3 anos. Meu pai já era batuqueiro e me colocou para tocar tamborim. Desde muito cedo, eu tocava na escola de samba e em batucadas do samba de bumbo ", diz ele.
Com 8 anos, João Mário já comparou às apresentações do grupo Grito da Noite, quando elas ocorreram em outras cidades, pois os mais antigos não são exibidos. No grupo Cururuquara, ele é tão freqüentado como festas, mas não tocava. Só depois de 2006, começou a participar de grupos de forma mais consciente.
Aprendizado
"Passe por um processo de aprendizado em cultura popular brasileira a partir das experiências vividas em minha cidade, conhecendo e vivenciando outras manifestações culturais, e isso foi importante para eu reconhecer e me encontrar dentro da minha própria cultura", enfatiza João Mário.
João Mário frequentou o Instituto Brincante, em São Paulo (onde se formou como educador), trabalhou com artesanato na Ilha Grande e viajou para Pernambuco, Ceará e Ilha de Itamaracá, locais onde teve contato com Maracatu, uma Ciranda e conheceu mestres da cultura popular.
"Mas, apesar de tudo isso, de repente me dá conta de que sempre existe um grupo de mestres na minha própria cidade. O fato de eu ter conhecido outras culturas, eu percebi o valor do meu lugar e da minha história. Deixe-me querer viver outra história e assumir meus traços culturais interiores e caipiras ".
Sobre o Samba de Bumbo, João Mário é categórico: "esse aqui é o meu chão e eu devo tudo o que esse chão e essa raiz". Hoje, ele é membro de grupos de samba de bumbo em Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus, cidade vizinha.