Shakira lota estádio em São Paulo em retorno ao país após sete anos

Colombiana mesclou músicas de diferentes fases da carreira e atraiu público de 45 mil pessoas na noite deste domingo (21)


A cantora colombiana Shakira se apresentou neste domingo (21/10) com a turnê El Dorado no Allianz Parque, em São Paulo, para um público formado basicamente por famílias e casais na faixa dos 30 a 40 anos. Os ingressos para o show estavam esgotados há mais de um mês, com a estimativa de 45 mil pessoas no estádio.

Já fazia sete anos que a cantora não se apresentava no Brasil e, desde o início do show - com os hits do começo da carreira "Estoy Aquí" e "¿Dónde Estás Corazón?" -, ela deixou claro que estava muito feliz por estar de volta ao país. A ponto de subir ao palco 15 minutos antes do programado. Importante frisar que 99% das interações com o público foram feitas em português, já que Shakira é fluente no idioma. Apesar da visível alegria e do português, que são elementos essenciais para criar conexão com o público, parece que a setlist - com seis músicas do disco mais recente, El Dorado, divulgado nesta turnê - não ressoa com uma plateia que conhece Shakira por ser extremamente radiofônica. Nos momentos dos singles que bombaram por aqui, como "La Tortura", "Loca" e "Chantaje", o público da pista premium chegava a dançar, uma vez que havia espaço suficiente entre as pessoas para isso, mas em outras partes, principalmente nas músicas mais lentas, as pessoas conversavam, tiravam fotos com os amigos e mexiam em seus celulares - atitudes que quebraram o ritmo do show. Outro detalhe que pode ter influenciado na entrega do público em certos momentos é que Shakira cantou a versão em espanhol dos hits, talvez desconhecendo o fato de que as rádios brasileiras sempre tocaram suas versões em inglês.

A cantora é justamente reconhecida por sua versatilidade, por conseguir lançar um reggaeton com o amigo colombiano Maluma mas ter no repertório músicas como "Underneath Your Clothes", além de conseguir agradar ao público transitando por estes dois mundos. Ela traz isso para o palco e para a setlist, para a alegria daqueles que a ouvem desde sempre e daqueles que a conheceram depois da transformação em diva pop internacional. Isso é mostrado até no figurino. No início, Shakira usa um look mais roqueiro, com correntes, couro, camiseta estampada e botas. No fim, usa um vestido fluído rosa choque, estampado, bem solto. Em dado momento, usa roupa inspirada em odaliscas.

A produção é tudo que se espera de um nome de peso internacional: grandes telões, chuva de papel picado, pirotecnia e um impressionante jogo de luzes. Em diversos momentos, o público do Allianz foi imerso por lasers. E Shakira tem talento o suficiente para usar esses artifícios a seu favor - ao contrário de outros artistas, que parecem menores com tanta produção ou se escondem atrás deles. Shakira brilha. No palco, é acompanhada basicamente por uma banda - e também toca violão, guitarra e bateria - e backing vocals. Mesmo nas faixas mais animadas, que pedem coreografia, o show fica por conta dela e do seu talento para a dança.

A cantora disse, durante o show, que "milagres acontecem". No ano passado, precisou adiar duas vezes o início desta turnê por causa de hemorragia nas cordas vocais, o que a fez ficar em repouso e precisar de tratamento. Agora, recuperada, amparou-se no uso de bases pré-gravadas em alguns momentos.

Shakira ainda se apresenta em Porto Alegre nesta terça-feira (23/10), na Arena do Grêmio.