Cada cultura e sociedade têm formas muito particulares de lidar com o luto e a morte, e esses ritos vão além da tradicional coroa de flores de despedida. Em alguns lugares do mundo, o fim do ciclo da vida é visto de forma alegre, com festa e celebração. Em outros, como no Brasil, o falecimento ainda é um assunto difícil. Para 75% dos brasileiros, falar sobre a morte é ainda um tabu, segundo pesquisa realizada pelo Sindicato e Associação dos Cemitério e Crematórios Privados do Brasil (Sincep/Acembra) e divulgada no final de 2018.
Forma de lidar com o luto é diferente para cada pessoa
Segundo a Sincep, a pesquisa foi realizada por conta da necessidade do setor em entender qual é a percepção do brasileiro não só em relação à morte em si mas também dos ritos, cerimônias e costumes a ela atrelados. O estudo também buscou compreender por quais motivos as pessoas têm se afastado ou reduzido o tempo em que permanecem em locais que servem para celebrar a memória de uma pessoa querida falecida.
Entre os dados levantados, destacam-se:
75,7% dos entrevistados acreditam que a morte ainda é um tabu na sociedade;
75% dos brasileiros têm muito medo de perder alguém próximo;
30% dos entrevistados têm muito medo de morrer;
Ao serem perguntados sobre quais sentimentos poderiam ser relacionados à morte, 63% responderam tristeza, 55% dor e saudade, 51%, sofrimento, 44%, medo e 19%, libertação;
44,6% dos pesquisados não se sentem à vontade para ir em um velório, 45,3% têm a mesma impressão em relação ao enterro;
1,6% não temem a morte ou a perda de alguém próximo.
Com o envelhecimento da sociedade e o aumento nos cuidados à saúde, a percepção em relação ao fim da vida tende a ir se modificando com o tempo, com a adoção de novos rituais e novas formas de processar esse momento.
O estudo do Sincep foi realizado em 2018 com 1.000 entrevistados das classes A, B e C, maiores de 18 anos.