O Teatro Galpão, de Pindamonhangaba, recebeu, no sábado (25), a apresentação do espetáculo de dança "Casa Forte", com a Raça Cia de Dança, em comemoração aos 40 anos da Companhia
A obra foi criada pelo coreógrafo Mário Nascimento com trilha do compositor Fábio Cardia. De acordo com o coreógrafo "os caminhos que trilhamos ao longo de nossa existência são cheios de curvas, retas, subidas e descidas. As escolhas estão relacionadas diretamente com as oportunidades e ações. No país que vivemos, Brasil, poder escolher um caminho é, sem sombra de dúvidas, um privilégio. Quando se trata então de pessoas que dedicam suas vidas inteiras a projetos artísticos, grupos, companhias a história fica ainda mais desafiadora. O Raça tem uma trajetória admirável, todos esses anos foram cheios de incertezas. Entretanto o grupo está vivo e pulsante. O legado de Roseli Rodrigues continua sendo sustentado nesta Casa Forte".
O psicólogo e professor de dança, Jardel Narezi, prestigiou o evento. "Acompanho a Raça Cia de Dança há alguns anos, é uma referência no cenário da dança pela versatilidade do seu corpo de baile, pelo estilo e linguagem artística bem particular. A obra intitulada Casa Forte nos apresenta uma riqueza de movimentos e força, característica da cia Raça. Fiquei muito impactado com todo contexto da obra, figurino, iluminação, sonoplastia que pensadas por Mario Nascimento, coreógrafo da cia, trouxe para reflexão dos caminhos sinuosos, difíceis e cheio de subidas e descidas. É uma obra atual, necessária, política e acima de tudo poética. Eventos assim são como um diamante para nosso município. Sou fã da cia e depois de um cenário de pandemia poder ter essa obra apresentada em nossa cidade é um respiro, e uma esperança pelo fomento à cultura", analisou.
A diretora do Departamento de Direitos Humanos da Prefeitura, Cidinha Pedroso, também esteve presente no espetáculo. "O espetáculo foi lindo e provocador, levando a reflexões necessárias no contexto de atualidade, onde encontrar-se e encontrar com o outro é um dos maiores desafios, em um mundo em que os acontecimentos estão permeados por guerras, fechamento de fronteiras, polarização de posicionamentos, contradição de valores, onde a vida do ser humano, passa a ser olhada com relativismo e a imposição quer se firmar, ter a oportunidade de expandir através da arte, da dança, reflexões sobre os caminhos que embora sinuosos, contemplam caminhantes que lutam pela oportunidade de uma existência pacífica, harmoniosa e mais igualitária para todos é um avanço social", avaliou.