Criados há alguns anos, os blocos de Carnaval infantis são uma tendência cada vez maior nas cidades brasileiras envolvidas na folia. Neste ano, a expectativa é que uma dezena deles saía às ruas do Rio de Janeiro e de São Paulo -- muitos seguindo seus "pais", os blocos maiores e de mesmo nome.
No Rio, por exemplo, há "Largo do Machadinho, mas Não Largo do Suquinho", criado em 2010 pela arquiteta Carla Wendling e que hoje é um dos mais famosos da cidade. Ela explicou ao jornal Extra que a ideia veio depois que, durante um Carnaval, ela percebeu a quantidade de crianças no tradicional bloco "Largo do Machado, mas Não Largo do Copo", que desfila pelas ruas do Catete, no centro.
"Nós pesquisamos e vimos que só tinha um bloco infantil, mas com música para adulto. Aí surgiu a ideia de fazer o bloco filhote, mas também não podia ser igual. Então, trouxemos a proposta das cantigas infantis em ritmo de marchinha, como 'Cai-Cai Balão e Ciranda-Cirandinha'", contou.
"A criança tem as músicas infantis e também conhece as marchinhas que são antigas para a gente, mas que para elas são novas", completou, se referindo ao fato de muitas marchinhas tradicionais terem conteúdo compreensível apenas aos adultos. As fantasias também diferem, obviamente: no lugar das sandálias e dos chinelos, crocs. Ao invés das criativas combinações de memes e piadas das roupas dos adultos, super heróis e princesas. O exagero fica por conta do glitter e dos adereços.
Em São Paulo, 14 blocos infantis devem sair pelas ruas da cidade, segundo dados da prefeitura: entre os mais famosos estarão o "Erê Tantã Bloco do Brincar", no Butantã, o "Bloquinho do Giz no Minhocão", que ficará no Elevado João Goulart, o "Bloquinho Gente Miúda", em Perdizes, e o "Bloco do Farahzinho", em Pinheiros. Há ainda opções nas zonas Leste e Sul da metrópole.
Ravi Medeiros, de 9 anos, vai sair no Bloquinho de Gente Miúda neste ano pela primeira vez. Ele costuma frequentar o Carnaval com a mãe, a advogada Lígia Medeiros, que aprova a ideia. "O carnaval de rua de São Paulo melhorou muito nos últimos anos, as crianças têm tido mais opções, com os bailes infantis. A gente gosta dos tradicionais, mas os infantis são ótimos para mostrar a eles [as crianças] o que é o Carnaval", finaliza.