Lorena recebeu, nesta semana, a primeira subestação digital da rede básica do Sistema Interligado Nacional (SIN), desenvolvida pela ISA CTEEP. O empreendimento, inaugurado na última terça-feira (19), é o primeiro a contemplar a aplicação da solução digital no Grupo ISA e faz parte da Interligação Elétrica Itapura.
Sustentabilidade
Concebida com cabos de fibra ótica, enquanto a convencional é de cobre: esse é o primeiro diferencial e, com isso, é possível reduzir em 50% o uso de cabos e estruturas. Consequentemente, a geração de resíduos para o meio ambiente, já que a arquitetura de comunicação em fibra ótica é capaz de realizar diversas funções, enquanto o cobre faz somente uma.
A sala de comando, onde estão concentrados todos os equipamentos e dispositivos para controle e proteção da subestação, é compacta e 30% menor do que a de uma subestação convencional, o que também reduz o impacto ao meio ambiente, devido à menor necessidade de construção civil.
Investimento e inovação
Para o diretor executivo de projetos da ISA CTEEP, Dayron Urrego, "a subestação Lorena representa um marco na transformação digital da ISA CTEEP rumo à Subestação 4.0, essencial para sistemas de energia cada vez mais descarbonizados, distribuídos e digitalizados. Com este novo empreendimento, contribuiremos significativamente com o aumento da confiabilidade, eficiência e sustentabilidade para o sistema de transmissão brasileiro".
A subestação conta com um banco de autotransformadores com capacidade instalada de 1.200 MVA, capaz de abastecer duas cidades do porte de São José dos Campos. O projeto vai beneficiar a região do Vale do Paraíba, maior polo de tecnologia de São Paulo e, ao todo, mais de 200 profissionais trabalharam durante a obra.
O empreendimento tem investimento previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) de R$ 238 milhões, com Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 11,8 milhões no ciclo 2021-2022, e foi entregue em setembro, um ano de antecedência em relação ao prazo do regulador. Além disso, a subestação duplica a confiabilidade do abastecimento de energia para a região do Vale do Paraíba, que passa a contar com um sistema redundante, no caso de falha do primeiro, assegurando a continuidade do serviço e contribuindo com todo o SIN.
O que é uma subestação 4.0 ?
O projeto foi classificado no programa de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da ANEEL. Ele foi iniciado neste ano e prevê o desenvolvimento de estudos de requisitos e desempenho de um sistema de proteção, controle, automação e monitoramento.
A busca do projeto é pelo desenvolvimento de um conceito de subestação do futuro, com implantação de um piloto como plataforma de testes na subestação Jaguariúna (SP). O P&D prevê investimento de mais de R$ 10 milhões e o início de montagem dos painéis e o desenvolvimento de arquitetura está previsto para acontecer ainda este ano.