Cinco tecnologias que podem otimizar e baratear custos nas transportadoras

CEO da Flash Courier acredita na tecnologia como alavanca para processos de crescimento e para saúde financeira das empresas


De acordo com uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, 11,73% das receitas das empresas brasileiras são direcionados para os desdobramentos logísticos. As transportadoras, em especial, sofrem com os altos custos de manutenção e de processos, que podem comprometer até 50% do orçamento da empresa. Os principais gastos do transporte rodoviário de cargas são principalmente de coleta, entrega e transferência, além de custos fixos de manutenção da empresa e variáveis como roubo de cargas, conserto de veículos, pedágios e combustíveis. Apesar das dificuldades encontradas e dos altos custos operacionais, o transporte de cargas é responsável por transportar cerca de 65% de tudo aquilo que se produz no país e, como forma de otimizar e baratear seus processos, muitas empresas estão apostando em tecnologia nos mais diversos procedimentos.

Para Guilherme Juliani, CEO da Flash Courier, "a tecnologia é parte fundamental para qualquer negócio. No transporte de cargas não seria diferente, pois ela se torna necessária para o ganho de escala e em especial para o cumprimento de todas as normas da ANTT e fiscais. Além disso, a tecnologia pode ser uma grande aliada na otimização dos processos e na redução dos custos logísticos."

Responsável por uma profunda estratégia de expansão, automação e inovação na sua empresa, o empresário acredita que o atual momento de crise aumenta ainda mais a necessidade das transportadoras de investirem em tecnologia para a otimização dos seus processos. "As empresas passaram por uma aceleração muito maior de desenvolvimento devido ao momento vivido. Desde grandes varejistas até pequenos lojistas de bairro, todos entenderam que precisam ter condições de te atender de alguma maneira, seja pelo WhatsApp ou por plataformas como a VETEX. Isso fez com que os varejistas se aproximassem dos seus consumidores, criando black sites ou incrementando a política do ship from store para a integração do centro de distribuição com as lojas".

Guilherme acredita que certas inovações poderão gerar economia em longo prazo, o que suprirá o investimento feito inicialmente. "Em tempos de pandemia e de crise, precisamos estar atentos às tecnologias que podem otimizar e baratear nossos processos", completa.

Visando ao corte de gastos e à otimização, Juliani separou cinco tecnologias que podem alavancar e auxiliar os processos de crescimento e de saúde financeira das empresas.

1. Sistema de internet das coisas (IoT) para planejamento e manutenção da frota

Existem hoje diversos dispositivos de internet das coisas (IoT, do inglês Internet of Things) para gerenciar sua frota. Com esses sistemas é possível realizar a previsibilidade de gastos, gerenciar a manutenção da frota e até planejar ações que visam alertar as manutenções preventivas, o mal uso do equipamento, a correção e a redução de custos com os veículos.

Aliado a isso temos diversos recursos de segurança embarcados nos caminhões de transferência e de coleta que monitoram desde a qualidade da condução do veículo até paradas não programadas em locais de risco para o motorista e para a carga.

2. Roteirização

Um dos grandes desafios do setor de transporte e logística é controlar os diversos veículos da empresa simultaneamente. Porém, graças aos sistemas de roteirização, temos a capacidade de dividir as entregas e gerar os roteiros de forma a maximizar o uso da frota. Com os sistemas de roteirização, também é possível monitorar o roteiro de entrega, melhorando o gerenciamento de pessoal e da frota. Além disso, possibilitam a priorização de entregas e, no futuro, facilitam o agendamento dessas entregas.

3. Etiquetas inteligentes RFID

Apesar do maior custo de instalação, as etiquetas inteligentes RFID otimizam suas operações e reduzem gastos no longo prazo, pois possuem maior durabilidade, possibilidade de reutilização, redução de erros comuns nos estoques e otimização do processo de gestão. Isso permite que as companhias operem com muito mais agilidade e garante capacidade operacional menor, pois os processos são mais assertivos.

4. Análise preditiva via big data

Essa técnica avançada utiliza tecnologias de dados, aprendizado de máquina (machine learning) e inteligência artificial para dar um passo além na estatística. Com essa análise, é possível identificar grandes volumes de dados (big data) para encontrar padrões e avaliar as futuras possibilidades a partir do histórico da empresa.

No nosso caso, permite que analisemos todos os dados das entregas antes mesmo de elas chegarem aos nossos centros de distribuição. Como a inteligência artificial aprende os novos padrões constantemente, podemos prever com antecedência se um determinado endereço tem alta possibilidade de insucesso de entrega, por exemplo.

Essa ferramenta traz inúmeras possibilidades e deixa os gestores mais bem preparados com relação ao que está acontecendo e com o que pode acontecer na empresa. Além disso, permite que a organização corte gastos desnecessários pois reduz falhas e ajuda a empresa a agir de maneira preventiva, diminuindo os gastos com ações corretivas e de trocas de equipamentos.

5. Automações

A indústria de transformação já utiliza isso há muitos anos, mas as máquinas eram caras e com um grau de complexidade que permitia que apenas empresas gigantes tivessem acesso a essa tecnologia. Mas o cenário mudou: nossa primeira automação foi adquirida 8 anos atrás e hoje as máquinas são substituídas por novas tecnologias no máximo a cada dois anos. Por isso, a escolha certa dos equipamentos é um desafio cada vez maior em um mundo em constante evolução.

Para nós, a inteligência artificial aliada às esteiras da empresa permite que as cargas sejam organizadas na mesma ordem dos roteiros, exigindo o mínimo de interação humana e trabalhando com velocidade de até 17.000 pacotes por hora. Isso permite que os clientes tenham um tempo maior para gerar seus embarques sem perder o cutoff das transferências.