Os carros movidos à eletricidade são uma realidade. De acordo com levantamento da Bloomberg New Energy Finance, em todo o mundo, os carros elétricos devem passar de 2 milhões para 56 milhões de unidades até 2040, e serão mais da metade da frota de veículos no mundo.
Na mesma direção, o Brasil já registra um expressivo número de adeptos desta tecnologia automotiva. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o mercado de carros elétricos e eletrificados fechou em alta o primeiro semestre deste ano.
Mesmo em período de crise financeira, provocado pela pandemia de Covid-19, foram vendidas 7.568 unidades entre veículos elétricos puros, isto é, 100% à bateria, veículos híbridos plug-in e híbridos não plug-in durante os seis primeiros meses de 2020. Esse resultado representa 221% de crescimento, se comparado ao mesmo período de 2019.
A sequência de todo o primeiro semestre de 2020 pode ser visualizada da seguinte forma: em janeiro foram vendidas 1.568 unidades de veículos com características elétricas; em fevereiro foram 2.053; e em março foram 1.570. Contudo, em abril e maio, os números caíram, sendo vendidos 442 e 601 carros, respectivamente.
A retomada veio no mês de junho, em que foram comercializados 1.334 carros elétricos e eletrificados, ou seja, 86% a mais do que junho de 2019, quando foram adquiridas 716 unidades.
Para o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Adalberto Maluf, "os números indicam que o segmento está superando o pior momento da crise causada pela Covid-19. O importante é que o Brasil segue uma tendência dos grandes mercados do mundo: na saída da pandemia, o consumidor prefere os veículos elétricos não poluentes".
Abastecimentos e impostos dos carros elétricos
Entre os pontos mais importantes sobre os carros elétricos e eletrificados vale esclarecer que o mercado mundial de eletropostos também está em franca expansão, acompanhando de perto o crescimento do interesse por esses modelos automotivos. Segundo relatório da Grand View Research, o mercado mundial de infraestrutura de carregamento de veículos elétricos foi avaliado em US$ 8,42 bilhões em 2018, e projeta uma alta de 32,6% entre 2019 e 2025, o que representará um mercado de US$ 63,9 bilhões.
Por aqui, no Brasil, a CPFL Energia estima que o país terá necessidade de, pelo menos, 80 mil eletropostos públicos até 2030 como forma de acompanhar o ritmo de crescimento do mercado nacional de veículos elétricos.
Já quando falamos de impostos - em especial, o famoso Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) - há muitas dúvidas sobre a possível isenção da taxa para carros elétricos e híbridos. Vale ressaltar que não há uma lei federal que obriga a isenção de impostos para carros elétricos e híbridos, mas os estados possuem autonomia para cobrar ou não a taxa.
Nos estados do Maranhão, Paraná, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte há 100% de isenção do imposto para carros elétricos e híbridos. Os demais estados adotam políticas próprias para o IPVA.
Diversas medidas estão sendo discutidas sobre a isenção ou desconto de impostos não apenas do IPVA, mas também do licenciamento 2020 e posteriores, além do Seguro DPVAT - obrigatórios para veículos convencionais -, como forma de incentivar o uso de veículos menos poluentes no país.