O projeto de robótica na Escola Estadual Professor Alceu Maynard Araújo, em São José dos Campos, conseguiu mais uma conquista: ser a única equipe de escola pública a disputar a categoria FIRST Tech Challenge (FTC) do Torneio SESI de Robótica 2021. A competição para robôs de médio porte capazes de realizar tarefas.
A equipe "18613 Sanja Storm", formada por oito alunos, que na sua maioria estudam em escolas públicas de São José dos Campos, ficou em 15º lugar, entre 35 equipes, na categoria FTC da competição. O robô apresentado foi o M-01, que recebeu este nome em homenagem ao mentor Vinícius de Almeida Castro (o Mancha), que faleceu uma semana antes das provas finais.
"Decidimos criar uma equipe para participar desta categoria por conta da pandemia, pois a competição seria em São Paulo e esperávamos que fosse presencial, mas novamente a disputa foi virtual", explicou a professora aposentada Margarete Iamamoto, mentora dos times da escola.
A missão do robô era recolher argolas do chão e arremessar ou descarregar em locais determinados; pegar e entregar pêndulos na área demarcada e no final da partida colocá-los para fora da quadra no local próprio para isso. Como a competição foi remota, os alunos precisaram gravar as provas e postar as pontuações e imagens para a organização.
"O maior desafio foi montar o robô, pois esta é a primeira vez que participamos dessa categoria. Foi muito gratificante, porque apesar de fazer parte de torneios de robótica desde os 11 anos, nunca tinha feito um robô tão grande", contou Camila Fonseca da Silva, de 16 anos, aluna do SESI Ozires Silva e que pretende fazer curso superior em Engenharia de Controle e Automação.
Em agosto, a equipe de FTC vai participar do campeonato Off Season Brazil e, em setembro, será a vez da equipe de FRC. Os times já estão trabalhando na montagem e melhoria dos robôs.
O projeto de robótica da Escola Estadual Professor Alceu Maynard Araújo, é gratuito e voltado para alunos a partir do 9º ano do ensino fundamental, até que sejam completos 19 anos. Para participar é necessário fazer um processo seletivo, já que a procura pelo projeto é grande. Ainda existe uma capacitação prévia e uma entrevista pessoal, em que o aluno precisa demonstrar real interesse em participar.
"O projeto é muito importante, é um estímulo ao aprendizado, trabalha o socioemocional, ainda mais nesses tempos de pandemia. Os alunos se envolvem, vêm à escola nos fins de semana. É um projeto que abre os horizontes, uma nova perspectiva para o futuro dos estudantes", disse Cláudia Mara da Silva, diretora da unidade.
As oficinas são feitas aos sábados, coordenadas por voluntários como a professora Margarete, que foi quem acatou a ideia dos ex-alunos Leonardo Rosa e Arthur Henrique, e implantou o projeto quando era a coordenadora da escola. Até mesmo o marido da professora, Ricardo Akio Iamamoto, engenheiro eletricista aposentado da Embraer, é um dos mentores.
"Os robôs são desenvolvidos totalmente pelos alunos, cada um passa por todas as áreas de desenvolvimento do projeto. Estamos finalizando o processo seletivo deste ano e 60% dos participantes são alunos da Alceu", conta Margarete.
A escola tem também uma equipe na categoria First Robotic Competition (FRC), para robôs de grande porte, e é formada por alunos no ensino médio. Desde 2017 a equipe participa de torneios FRC nos Estados Unidos, onde já conquistou vários prêmios.
Em janeiro de 2020, a equipe "6404 Brazilian Storm" chegou a viajar para os Estados Unidos para participar de uma competição, porém, acabou sendo cancelada por causa da pandemia, mas no mesmo ano participou remotamente de uma competição na Turquia onde foi premiada.