Ford testa futuros padrões e sinais para carros autônomos

Objetivo é criar uma linguagem universal de luzes para que todos os usuários das ruas possam entender o que o veículo vai fazer


A padronização visa que pedestres, ciclistas, motocilistas e motoristas possam entender se o carro pretende partir, estacionar ou seguir em frenteA padronização visa que pedestres, ciclistas, motocilistas e motoristas possam entender se o carro pretende partir, estacionar ou seguir em frente (Foto : Divulgação: Ford)

A Ford prepara veículos para um novo tempo e novos avanços tecnológicos. A empresa americana testa sistemas que visam à adoção de um futuro padrão de sinalização para carros autônomos na indústria. O objetivo é criar uma linguagem universal de luzes para que todos os usuários das ruas – pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas – possam entender de imediato se o veículo autônomo pretende partir, parar ou simplesmente seguir em frente.

No desenvolvimento desse novo padrão, a Ford continua a trabalhar também com a Organização Internacional de Normalização (ISO) e a Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE). Os três pontos principais da padronização são o design e a cor dos sinais e o local de sua instalação no veículo.

Quem explica é John Shutko, especialista técnico de Fatores Humanos para Veículos Autônomos da Ford.“Para que a tecnologia de carros autônomos tenha sucesso é vital todos terem confiança em como ela funciona”, diz “Por isso, estamos trabalhando junto com todos os desenvolvedores, empresas automotivas e de tecnologia para criar um padrão na indústria.”

Códigos de luz - Junto com o Virginia Tech Transportation Institute (VTTI), a Ford testou no ano passado um sistema de sinalização montado no teto de uma Transit. A van era dirigida por um motorista, mas ele foi camuflado com um traje especial para simular um veículo autônomo. Equipada com múltiplas câmeras, a van rodou mais de 3.000 km e registrou as reações das pessoas diante de três códigos de luz:

Veículo parando: duas luzes brancas se movendo de um lado para o outro, indicando que o veículo vai parar completamente;

Modo de direção ativo: uma luz branca contínua para sinalizar que o veículo pretende continuar no seu trajeto atual – apesar de poder reagir a outros usuários da pista;

Pronto para partir: uma luz branca piscando rapidamente, comunicando que o veículo começa a acelerar depois de uma parada.

O teste revelou que todas as imagens foram catalogadas e mostraram que os sinais não geraram nenhum comportamento inseguro nos usuários.

Para comprovar essa aceitação, outro estudo foi realizado em um ambiente de realidade virtual. Os participantes foram colocados em uma esquina diante de vários veículos circulando em um cruzamento, alguns deles equipados com os sinais luminosos e outros não, para observar sua reação.

Mesmo sem receber nenhuma explicação prévia, eles precisaram de apenas cerca de duas exposições para aprender o significado de um sinal e de cinco a dez exposições para entender todos os três sinais.

“O mais encorajador desse estudo foi mostrar que os sinais aumentam a confiança das pessoas nos veículos autônomos quando elas conseguem entender melhor a sua movimentação”, explica John Shutko.