Dados da consultoria IDC informam que 2,7 milhões de celulares piratas serão comercializados no Brasil em 2019, um número três vezes maior do que em 2018. Em março deste ano, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) expandiu o bloqueio desse tipo de smartphone em todo o país. O bloqueio é feito de forma remota e inviabiliza o acesso a serviços como ligações e dados móveis (3G e 4G). Mas o que, afinal, caracteriza um celular pirata? A definição pode ser motivo de muita confusão entre os consumidores.
Todo smartphone comercializado no Brasil passa por testes de conformidade. Quando são aprovados, a Anatel faz a homologação desses aparelhos para que possam ser vendidos para o consumidor final. Portanto, um celular não homologado não pode ser vendido no país, mas pode ser trazido por consumidores do exterior. O que acontece, no caso dos celulares piratas, é que eles não são homologados, mas não por não terem passado por testes de qualidade, mas, sim, por não terem o IMEI -- número de 15 dígitos que identifica cada aparelho -- registrado na GSMA (Associação Global de Operadoras Móveis).
Portanto, todo o cuidado é pouco na hora de comprar celular: um aparelho pirata não é homologado, mas nem todo celular não homologado é pirata. A medida de combater os celulares com IMEI irregular é para coibir a ação de criminosos que mudam o número de identificação global quando os aparelhos são roubados, para que eles não sofram bloqueio pela Anatel. Mas também há argumento de manter a segurança e a saúde dos usuários.
De acordo com a Anatel, "aparelhos irregulares podem ser perigosos para a saúde do usuário por apresentar grande quantidade de chumbo e cádmio, não possuir garantia em relação a limites de radiações eletromagnéticas e utilizar materiais de baixa qualidade, como baterias e carregadores mais sujeitos a quebras. Além disso, eles tendem a apresentar problemas de queda de chamadas e falhas na conexão de dados".
A projeção é de que os celulares piratas provoquem um prejuízo de R$ 2 milhões aos cofres públicos neste ano. De 2018 a julho de 2019, foram bloqueados 865.099 celulares pela Anatel. Segundo a Receita Federal, caso o consumidor tenha em mãos um celular pirata, mas não saiba da procedência irregular, ele não será responsabilizado criminalmente.
Para checar se seu smartphone está com o IMEI regularizado, primeiro é necessário descobrir o número de identificação. Há várias formas de consultar essa informação. O número de 15 dígitos está na etiqueta da caixa do aparelho, mas também pode ser acessado pelo telefone, ligando para *#06#.
O site da Anatel também mostra se um celular é irregular. Para tanto, acesse www.anatel.gov.br/celularlegal/imei. Depois, clique em "Consulte aqui a situação do seu aparelho celular". Ao final, informe o seu número IMEI.