Dia de Cosme e Damião é dia de doces e crianças nas ruas

Os irmãos foram perseguidos e mortos a mando do Império Romano


Os irmãos chamavam-se, na verdade, Acta e Passio, filhos de pais cristãos e teriam nascido no século IV em terras árabes. Ganharam popularidade por praticarem atos de cura na Síria, ilhas do Mar Egeu e Ásia Menor.

Desde crianças já tinham inclinação para a medicina. Suas curas, aliadas à seus conhecimentos científicos, eram consideradas milagrosas e algumas fontes e registros antigos afirmam que eles estudaram medicina.

Os irmãos começaram a ser perseguidos pelo Império Romano porque usavam a cura como uma oportunidade de levar o evangelho aos doentes e pessoas simples. Tinham muita afinidade com as crianças. Essa atuação irritava o imperador Diocleciano - que na época era o maior perseguidor da doutrina cristã.

Qualquer ato de cura ou medicina que não fosse proveniente do poder de Roma, era associado à feitiçaria e identificados com práticas demoníacas.

Os irmãos teriam sido assassinados por ordem de Roma. Um relato diz que várias tentativas foram feitas para eliminá-los, por tornarem-se inimigos dos deuses de Roma.

Na primeira, acusados de prática de curandeirismo e feitiçaria, teriam sido amarrados e jogados em um abismo. Depois, tentaram afogá-los no Rio Tibre, mas foram salvos por um exército de anjos. Segundo os relatos, dizem que tentaram apedrejá-los, mas as pedras voltavam para quem as arremessava. Na última tentativa, os dois médicos foram degolados, martírio que provavelmente ocorreu na Síria.

Após serem trucidados, fiéis providenciaram o resgate de seus corpos e os levaram para Roma. Após o sepultamento de Cosme e Damião, dizem que os gêmeos começaram a aparecer materializados, praticando curas e ajudando, principalmente as crianças que eram vítimas de violência.

Hoje, são os patronos dos médicos e farmacêuticos e da Faculdade de Medicina. São também protetores de Orfanatos; Creches; Doceiras; Filhos em casa; e invocados contra males causados pela hérnia, peste e epidemias. Comes e Damião têm como emblema a caixa com unguentos, frasco de remédios e a folha de palmeira.

No sincretismo religioso, Cosme e Damião fazem parte do Panteão Afro-Brasileiro com vibração na Linha das Crianças (Ibeji). Na Bahia, onde a cultura africana está mais presente, em todo o dia 27 de setembro é preparado um grande caldeirão de "carurú de santo", e o costume é convidar "sete meninos" - sete crianças desconhecidas, além de convidados na rua mesmo, de última hora para que se sirvam do prato.

Em quase toda a região Sudeste, o Dia de Comes e Damião é muito difundido por haver distribuição de guloseimas para as crianças. Cada família que procura proteção tem o hábito de distribuir doces e balas durante sete anos ininterruptos.