Museus brasileiros batem recorde de público no 1º semestre de 2019

Público brasileiro demonstra maior interesse por cultura em época de falta de aporte público


Programações culturais podem sempre render bons momentos, que acabam eternizadas em selfies, fotolivro ou simplesmente na recordação das pessoas que viveram essas experiências.

No entanto, no primeiro semestre deste ano, as recordações entraram para a história: diversos museus ao redor do Brasil bateram recorde de público, animando curadores e administradores.

Levantamento feito pelo G1 em 40 museus, 37 deles apresentaram crescimento, sendo que três bateram recorde.

Em comparação com o mesmo período dos últimos quatro anos, o aumento foi de 50%. Já em comparação ao primeiro semestre de 2018, o crescimento no número de visitantes chegou a 61%.

Motivos para o aumento

Como o levantamento destacou, não foram apenas exposições pontuais que chamaram a atenção do grande público - como aconteceu no MASP, que expôs em curta temporada as obras de Tarsila do Amaral, batendo recorde de público.

Alguns dos motivos que fizeram os brasileiros se interessarem mais pela cultura foi exatamente as últimas controvérsias do governo e a falta de aporte financeiro a esses projetos.

Além disso, muitas exposições tinham uma temática identitária. Ou seja, o público se interessou em ver mostras que abordassem questões raciais, de gênero, políticas, entre outros. Honrando a história - e a função - das artes e da cultura, os brasileiros encheram os museus para verem a si mesmos, suas próprias histórias e crises representadas e expostas nesses museus.

O grande incêndio que devastou o Museu de História Nacional, do Rio de Janeiro, também parece ter contribuído para esse aumento, sensibilizando o público e dando a ideia de que os equipamentos culturais devem ser aproveitados enquanto ainda existem.

Por outro lado, os próprios museus criaram programas para incentivar a visitação do público, como visitas guiadas e exposições interativas.