São José Fantástica encena \"A Fundação da Cidade\" em segundo capítulo de webnovela

Espectador é guiado por personagens carismáticos, \"potencialmente reais\" a uma São José de outros tempos e olhares fantásticos


A webnovela São José Fantástica chega na próxima sexta-feira, (25), às 21h, a sua próxima estação, quando serão encenados mais dois episódios, agora do segundo capítulo: "A Fundação da Cidade", que compõe a Rota Aldeia, Vila e Cidade - Fase Colonial. Com encenação ao vivo pela plataforma Zoom, o espectador é guiado por personagens carismáticos, coloridos, ora iluminados, ora sombrios, com falas ágeis, que a todo tempo prendem a atenção do público por transitar entre o passado e o presente de uma São José de outros tempos e olhares fantásticos. A direção é de Caren Ruaro, com cenário e figurinos de Pitiu Bonfim.

História oficial inspirados em depoimentos pessoais de familiares de antigos moradores, contos populares e temáticas que vem e vão dão a tônica de todo o projeto. Concebidas para serem encenadas em espaços públicos conhecidos da cidade, por meio de walking tours, as narrativas teatrais fantásticas passaram por um audacioso processo de adaptação para as plataformas digitais.

O produtor e ator Ricardo Salem fala da sensação nova de fazer o jogo teatral diante da tela e de uma platéia invisível. "É uma experimentação que resolvemos compartilhar com todos, inclusive o frio na barriga de estar em cena diante de uma tela". O projeto São José Fantástica conta com recursos do Fundo Municipal de Cultura de São José dos Campos.

Quem perdeu o capítulo de estréia, "Os Ares de São José" - Fase Sanatorial, terá a oportunidade de assistir a outras duas apresentações dele no mês de outubro (confira a programação). O episódio faz referência ao antigo Sanatório Vicentina Aranha, que hoje é um parque municipal. Já os desta semana, rondarão o Centro da cidade, com destaques para a Capela Nossa Senhora de Aparecida, atual Museu de Arte Sacra do município, Mercado Municipal e Rua Sete de Setembro.

Passado e presente

As falas dos atores também passaram por adaptações tendo em vista o contexto de distanciamento social provocado pela pandemia, conforme explica o dramaturgo Rogério Guarapirã. "Quando fomos para a plataforma digital, o desafio foi fazer entender aquilo que já estava arraigado para ser realizado ao vivo, no fluxo desses locais, com público espontâneo, para esse virtual, mais diverso". Com as narrativas já criadas pelo elenco, o desafio de Guarapirã foi costurá-las de forma sequencial e apresentá-las de forma teatral. "São recriações de várias camadas da cidade de São José dos Campos".

Nessas camadas, os personagens se encontram, se chocam e se descobrem virtualmente, com um texto ágil, cheio de humor, fresco e atual, em conflitos marcados por relações de poder, trabalho, classes, gênero e identidade que permeiam diferentes fases históricas da cidade. "São conflitos que não cessam e vão mudando de tônica, como o domínio sobre os corpos dos índios e negros, que permanece, representado pela polícia e pelo poder político".

Ainda de acordo com Guarapirã, essas disputas têm as redes sociais como seu principal laboratório, que "serve de horizonte para vermos o que está sendo discutido", completa.

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