Brasil aumenta em duas vezes número de cursos de pós-graduação em 20 anos

País expandiu significativamente o volume de cursos e de titulados entre 1996 e 2014

Estudo publicado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostrou que o número de cursos de pós-graduação tiveram crescimento significativo em 20 anos no Brasil. No caso dos mestrados, o número de ofertas aumentou 205%, enquanto, no caso dos doutorados, a expansão foi de 210%.

Segundo o documento, comparando o período entre 1996 e 2014, o crescimento anual foi de 6,4% em novos programas oferecidos pelas instituições de ensino. No primeiro ano, o Brasil tinha 1.187 cursos de mestrado, número que aumentou para 3.620 em 2014.

Para o CGEE, essa expansão também se explica pelo surgimento de mestrados profissionais, nos anos 1990, para suprir uma demanda de profissionais qualificados em alguns setores do mercado de trabalho. Em 2014, eles representavam 14% do total de formações em mestrado no país.

Os cursos que possuem mais alunos são os de Ciências da Saúde (15,69% do total) e Ciências Humanas (14,39%). Ainda há poucos cursos de mestrado em áreas como Linguística, Letras e Artes (5,14%) e Ciências Biológicas (7,73%).

Já no caso dos doutorados, a situação é semelhante: em 1996, o Brasil tinha 630 programas para a complementação da formação acadêmica, enquanto em 2014 esse número era de 1.954. Anualmente, o crescimento foi de 6,5% e, no total, o país aumentou em duas vezes seu quadro total dessa modalidade de cursos de pós-graduação.

Ao contrário dos mestrados, os doutorados atraem mais estudiosos de ciências sociais: a taxa de crescimento de cursos dessa área nos anos foi de incríveis 439%, muito à frente de Ciências Agrárias (320%) e Ciências Humanas (241%).

Titulados
Em 1996, o Brasil concedeu 10.482 títulos de mestrado aos seus alunos das mais diversas áreas. Em 2014, por sua vez, foram diplomados 50.206 pessoas - um crescimento real de 379%. Novamente, o número foi elevado pelo surgimento dos cursos de mestrado profissional oferecido por instituições privadas e que supriram uma demanda dos empregadores. Ela não existia até 1999, quando foram titulados apenas 56 mestres nessa categoria. No ano de 2014, já eram titulados 5.723 mestres profissionais.

No caso dos doutorados, o crescimento foi ainda maior: entre 1996 e 2014, um número quase cinco vezes maior de pessoas foram tituladas doutoras no Brasil, indo de 2.854 naquele primeiro ano para 16.729 no último. Em 1996, cada programa titulava, em média, apenas 4,5 doutores por ano. Nos dez anos seguintes, a produtividade dos programas de doutorado foi praticamente multiplicada por dois, chegando, em 2005, a 8,2 doutores ao ano, em média, por programa.