EaD cresce 17,6% em 2017 e registra maior salto desde 2008

Cursos presenciais, por sua vez, tiveram queda de 0,4%


De acordo com o último Censo da Educação Superior, lançado na última quinta-feira, 20, a Educação a Distância teve um salto inédito no último ano. As matrículas cresceram 17,6% de 2016 para 2017. Com isso, o número de estudantes na modalidade chegou a quase 1,8 milhão em 2017, 21,2% do total de matrículas em todo o ensino superior, ou seja, um em cada cinco estudantes do Ensino Superior estudam à distância. É o maior salto desde 2008.

O Ensino Superior tem cerca de 8,3 milhões de estudantes em cursos de graduação, dos quais 6,5 milhões estão no ensino presencial. Ao contrário do Ensino a Distância, os cursos presenciais tiveram queda de 0,4% de 2016 para 2017. A maior parte cursa instituições de ensino particulares, com 75,3% das matrículas. No EaD, o número é ainda maior: as faculdades privadas correspondem a 90,6%.

O número de cursos a distância também aumentou. Em 2016, eram 1.662, enquanto no ano seguinte esse número era de 2.108. De acordo com dados do Ministério da Educação, o número de polos também teve uma alta em pouco mais de um ano. Foi de 6.583, em 2017, para 15.394, em 2018, uma alta de 133%. O aumento no número de cursos correspondeu a 26,8%, maior crescimento desde 2009. Na época, o país passou de 647 cursos em 2008 para 844 no ano seguinte.

A expansão tem a ver com a flexibilização da criação de novos polos, dada a partir de um decreto que diminuiu as exigências para a modalidade. Com isso, diversas instituições passaram a procurar por alguma parceria de polo EAD.

Em 2017, foram 3,2 milhões de novos alunos registrados no Ensino Superior. Desses, 2,1 milhões optaram pelos cursos presenciais, um aumento de 0,5% em relação a 2016. No Ensino a Distância, o crescimento foi ainda maior. Em 2016, eram 843 mil novos ingressantes, e em 2017 esse número subiu para 1,1 milhão, representando um aumento de 27,3%.

Outro dado que chama a atenção é a formação de professores pelo EaD,  que também aumentou em 2017. Em 2016, cerca de 42,1% das matrículas em licenciaturas eram à distância. Esse percentual passou para 46,8% no ano seguinte. As licenciaturas representam, hoje, 19,3% das matrículas do Ensino Superior. Os cursos tecnológicos, com duração de dois ou três anos, período inferior que os bacharelados e mais voltados ao mercado, também ganham destaque, com 46% do total das matrículas.