A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) chegou ao Dia do Trabalho com um marco expressivo: 731 mil horas de formação oferecidas a professores da rede estadual por meio do programa Multiplica SP. Criado em 2023 e com as horas de formação contabilizadas desde o início do ano letivo de 2024, o programa busca fortalecer a prática pedagógica, promover a troca de experiências e melhorar o desempenho em sala de aula.
Até o fim de abril deste ano, 66,3 mil profissionais participaram das formações. Desde fevereiro, 65,1 mil professores e coordenadores passaram por capacitações, que somaram mais de 176 mil horas-aula. Os conteúdos são focados nas dificuldades identificadas em avaliações como o Saresp e a Prova Paulista, permitindo um direcionamento mais preciso das ações pedagógicas.
"A formação dos nossos professores é pautada em conteúdos sensíveis à aprendizagem dos alunos. As ferramentas da Secretaria conseguem mostrar o que precisa ser priorizado em cada escola e por cada professor", explica Daniela Tessele, coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Efape).
Gestores em foco: 15 mil participam da Escola de Gestão
Outra iniciativa da Seduc-SP é a Escola de Gestão, implantada neste ano com foco no aperfeiçoamento da gestão escolar. O curso, criado em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), já conta com 15 mil gestores inscritos, entre diretores, vice-diretores, coordenadores pedagógicos, supervisores e professores especialistas.
A formação é baseada em estudos de caso, com aulas online e avaliações ao final de cada encontro. "As primeiras 15 mil vagas foram preenchidas em apenas quatro horas, o que mostra a demanda da rede por esse tipo de capacitação", afirma Thaís Cavalheri, coordenadora do programa.
Exemplo em Guarulhos: gestão integrada melhora engajamento e frequência
Na Escola Estadual Vereador Elísio de Oliveira Neves, em Guarulhos, os ensinamentos da Escola de Gestão já impactam a rotina escolar. A direção aproveitou a tradicional "Copa Elísio", torneio esportivo interclasses, como estratégia para melhorar a frequência e o desempenho dos estudantes.
"Identificamos que a Copa tem alto engajamento. Então, decidimos que ela será desenvolvida ao longo do ano letivo, com metas de frequência e participação em plataformas educacionais como a Redação Paulista e a Tarefa SP", explica a diretora Silvia Beatriz Mori Fernandes.
A iniciativa envolve professores, alunos e famílias. "A Copa é coletiva, exige frequência mínima e participação nas atividades escolares. A proposta foi apresentada às famílias e já mostra resultados positivos", destaca o professor-coordenador Fabrício Tuzi de Oliveira.
Para Lidia Souza, mãe da aluna Karine, da 2ª série do Ensino Médio, a estratégia deve trazer benefícios. "O esporte vai engajar os alunos, melhorar notas e frequência. Eles vão trabalhar em equipe e se esforçar mais", comenta.