Filmes e documentários podem te ajudar a ir bem no ENEM

Obras estimulam a reflexão acerca de temas sociais, econômicos e de saúde pública


O ENEM está chegando. Em cerca de três meses, milhões de estudantes estarão fazendo a prova com o objetivo de ter mais chances para ingressar em uma universidade pública ou conseguir bolsas de estudo em instituições privadas. Para você que está cansado de estudar apenas por apostilas, videoaulas e livros, trazemos uma forma diferente de absorver conhecimento e conteúdo: filmes e documentários.           

O objetivo com essas produções audiovisuais é fornecer uma forma de refletir sobre temas sociais, históricos e de relevância para a sociedade. O conhecimento adquirido por meio dessas obras pode te ajudar na interpretação de questões e também na dissertação da redação. E o melhor de tudo é que esses filmes e documentários possuem uma linguagem próxima e descomplicada. Confira:

1. Pro dia nascer feliz (2005)       

O documentário dirigido, montado e roteirizado pelo cineasta João Jardim discorre sobre as condições do sistema educacional do país. Expõe os problemas, a disparidade gritante de realidades e os meandros que envolvem a vida de gestores, educadores e estudantes de escolas públicas e particulares. É um documentário que instiga a reflexão sobre os problemas sociais e a desigualdade que há no Brasil. Faz, no entanto, sem tornar a obra maniqueísta. Pelo contrário: é humana. Ao mesmo tempo que denuncia a desigualdade social e os problemas dos menos favorecidos, identifica nos estudantes de escolas particulares problemas relacionados à depressão e questões ligadas ao existencialismo, temas que os afligem. Independentemente da classe social, os conflitos estão presentes, cada qual com a sua realidade.           

2. Muito além do peso (2012)           

Você sabia que 33% das crianças brasileiras estão acima do peso? O documentário “Muito além do peso”, lançado em novembro de 2012 e dirigido pela cineasta Estela Renner, trata de um tema delicado e essencial: a obesidade infantil. A resposta para a pergunta envolve o governo, a indústria, a publicidade e a sociedade de modo geral. O longa foi produzido em cerca de dois anos e mostra o impacto desse problema nas famílias brasileiras. Uma obra para pensar até que ponto o consumismo desenfreado pode prejudicar nossa saúde – e das crianças, principalmente.           

3. O veneno está na mesa (2011/2014)

Mais um documentário sobre práticas adotadas pela indústria alimentícia. Em “O veneno está na mesa”, o documentarista Silvio Tendler relata os efeitos nocivos causados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, tanto para a natureza quanto para a saúde pública – o Brasil é o país que mais utiliza esse tipo de produto no mundo. O filme foi lançado em 2011, mas, em 2014, Tendler produziu a segunda parte, mostrando casos de sucesso e alternativas viáveis para a produção de alimentos saudáveis.           

4. A lista de Schindler (1993)           

Steven Spielberg, famoso cineasta responsável pela série ''Indiana Jones'', é quem está por trás desse filme. Humana e realista, a obra se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando um programa de exterminação étnica patrocinado pelo estado nazista de Hitler matou cerca de seis milhões de judeus. Mas o filme conta, especificamente, um acontecimento memorável ocorrido nesse período. Oskar Schindler, um rico empresário alemão, gasta toda a sua fortuna para ajudar a libertar 1.100 judeus do famoso campo de concentração de Auschwitz.           

5. Lincoln (2012)           

Mais um de Steven Spielberg na lista. Apesar de se passar durante a Guerra da Secessão, o foco não é a guerra em si, e sim a luta empenhada pelo décimo-sexto presidente dos EUA, Abraham Lincoln, contra a escravidão no país. Em 1º de janeiro de 1863, Lincoln oficializou a abolição da escravatura com a promulgação do Ato de Emancipação. Mas a utilização de escravos só foi realmente proibida em 1865, com a aprovação da 13ª emenda no congresso.           

6. 13ª Emenda (2016)           

A 13ª emenda diz: “Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito à sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado”. O excerto, em si, parece totalmente inofensivo. Nesse documentário disponível no Netflix, a diretora Ava DuVernay mostra que a história não foi bem assim. O trecho que fala sobre punição criminal foi utilizado como instrumento para segregar negros e incitar discursos racistas nos EUA. A obra faz um resgate histórico até chegar nos dias atuais para demonstrar como o sistema prisional americano e governos tornaram o encarceramento extremamente lucrativo, além de escancarar uma realidade acachapante: a escravidão acabou no papel, mas a sensação é de que ela está hibernando e o Estado sempre tentou encontrar formas de acordá-la.