CFM lança código de ética para estudantes de medicina

Documento visa um futuro médico mais preocupado com os princípios fundamentais da profissão e da convivência em sociedade


O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou uma cartilha de princípios para os estudantes que cursam medicina. Conselhos regionais já haviam lançado documentos parecidos antes, mas com abrangência local. Agora, o intuito é reunir em um só texto as principais recomendações para serem seguidas dentro e fora da sala de aula da faculdade de medicina. O código foi inspirado em documentos produzidos na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Canadá.

O código de ética escrito pelo conselho federal da categoria tem 45 artigos divididos em seis eixos principais. O trabalho de elaboração levou dois anos e foi concluído durante fórum específico. Médicos, estudantes, a academia e outras organizações puderam contribuir com sugestões por meio de uma plataforma virtual. Ao todo, o documento recebeu 272 contribuições.

“A formação dos futuros médicos na graduação deve proporcionar aos estudantes o incentivo ao aperfeiçoamento da capacidade de lidar com problemas nos campos da moral e da ética em sinergia com as atividades relacionadas ao ensino e à prática profissional”, avaliou o presidente do CFM e coordenador da Comissão Nacional de Elaboração do Código de Ética do Estudante de Medicina, Carlos Vital.

A proposta visa oferecer uma série de princípios universais para nortear uma postura honesta, responsável e ética, para propiciar um futuro médico mais preocupado com os princípios fundamentais da profissão e da convivência em sociedade. O documento deve ser distribuído em uma versão impressa, em formato de bolso. Ele será enviado para mais de 300 escolas ao redor do país e ficará disponível para download.

Entre as diretrizes do código de ética estão guardar sigilo a respeito das informações obtidas a partir da relação com os pacientes e com os serviços de saúde; instituir a noção do trote saudável, destacando que é um dever do estudante denunciar qualquer prática de violência física, psíquica, sexual ou dano moral e patrimonial; proibir o exercício ilegal da profissão; e destacar o respeito com o cadáver, incluindo qualquer peça anatômica utilizada com a finalidade de aprendizado. O documento também traz a noção do assédio moral, orientando o estudante a se posicionar contra qualquer tipo de assédio moral ou relação abusiva de poder entre internos, residentes e preceptores.