A Sociedade Brasileira de Pediatria lançou uma campanha com o objetivo de evitar o uso excessivo e estimular a exposição racional de crianças e adolescentes a exames de diagnóstico por imagem, como raios X, tomografias, ultrassonografias e ressonância. A iniciativa tem o apoio de pais e profissionais de saúde, incluindo os formados no curso de radiologia.
Em entrevista ao jornal da USP, o professor Paulo Costa, do Grupo de Dosimetria das Radiações e Física Médica do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), destacou as principais orientações, como o princípio de justificação, em que o médico deve atestar a necessidade do procedimento e certificar se já não foi feito em outra instituição; e o princípio da otimização, para garantir que a aplicação do exame seja o mais bem planejada possível, de acordo com as características dos pacientes.
Apesar da conhecida relação entre a incidência radiológica e riscos colaterais, como o câncer, ainda não é possível mensurar o quanto um exame de imagem pode incidir nessa questão. Entretanto, no caso das crianças, medidas preventivas devem ser adotadas.
Costa cita um estudo conduzido pela Agência Internacional de Energia Atômica, com parceria entre a Faculdade de Medicina e o Instituto de Física, ambos da USP. As investigações possibilitaram a redução da quantidade de radiação nos exames de imagem pediátricos, antes feitos com a mesma parcela dos procedimentos em adultos.
"Outra possibilidade de garantir maior segurança nesses procedimentos médicos pediátricos é a criação de uma carteirinha que registre os exames já feitos pelas crianças", comenta o professor. Dessa forma, os procedimentos seriam de conhecimento do médico e dos pais, e as informações também poderiam auxiliar estudos no futuro.
O Insituto de Física da USP oferece oportunidades de formação acadêmica e profissional a seus estudantes em diferentes níveis universitários por combinar aprendizado de conhecimentos acumulados numa grande diversidade de temas relevantes da física contemporânea com a busca qualificada de novos conhecimentos e a dedicação à sua disseminação na sociedade.
Busca promover, de forma integrada, a geração de conhecimento, a formação de pessoal qualificado e a extensão de serviços à sociedade, nas ciências físicas, em suas ramificações e aplicações.
Ao longo de sua história, o instituto cresceu mantendo-se atuante na geração de conhecimento de fronteira nas ciências físicas. No início, as pesquisas se concentraram em estudos da estrutura do núcleo atômico, passando de estudos de raios cósmicos ao uso de aceleradores de elétrons e de íons. A física da matéria condensada adquiriu importância numa etapa posterior, mas rapidamente floresceu aqui. Com o amadurecimento do IF e de seu corpo docente, estas áreas se diversificaram, enquanto outras foram surgindo, como teoria de campos, partículas elementares, plasmas, física atmosférica, cosmologia, biofísica, entre outras, que levaram à diversidade de linhas de pesquisa que o instituto apresenta hoje.