O Julho Amarelo reforça a importância da prevenção, controle e vigilância das hepatites virais. Como parte das ações deste mês, o Governo de São Paulo lançou um painel digital de monitoramento para acompanhar casos de hepatite A e outras doenças de transmissão hídrica e alimentar, como febre tifóide e pólio. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) e destaca a importância da vacinação, disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A nova plataforma digital permite o acompanhamento em tempo real do número de casos, da taxa de incidência por 100 mil habitantes, além de dados por faixa etária, sexo e outros recortes. A ferramenta está disponível no site: https://nies.saude.sp.gov.br/ses/publico/dtha.
As hepatites virais (A, B e C) são infecções que atingem o fígado e muitas vezes se desenvolvem de forma silenciosa, sem sintomas aparentes. Elas podem causar alterações leves a graves e evoluir para quadros crônicos, como cirrose e câncer de fígado. Além das causas virais, também existem formas associadas ao uso de medicamentos, álcool, drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
"A vacina é uma medida segura e eficaz para prevenir as infecções das hepatites virais. É fundamental que a população esteja atenta aos métodos de prevenção, como adoção de práticas seguras, para evitar o contágio e garantir o diagnóstico precoce das doenças", explicou Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES-SP.
A vacina contra a hepatite B para bebês oferece proteção imediata, já que a doença pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação ou o parto. Também pode ocorrer transmissão por sangue e fluidos corporais, inclusive em ambientes domésticos. A imunização precoce é essencial para evitar a infecção crônica, que pode evoluir para câncer hepático e cirrose.
Segundo dados da SES, somente em 2025, o estado de São Paulo já registrou 949 casos de Hepatite A, um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2024, que teve 498 registros. Em 2024, foram notificados 2.483 casos de Hepatite B, enquanto até abril deste ano já são 560. Já a Hepatite C teve 3.159 casos em 2024 e 641 registros até abril de 2025.
Hepatites virais e formas de transmissão
A hepatite A é transmitida por via fecal-oral, por alimentos ou água contaminados, e pode ser prevenida com vacina a partir dos 12 meses de vida. Os sintomas incluem febre, fadiga, náusea e icterícia.
A hepatite B é transmitida por sexo sem proteção e compartilhamento de objetos pessoais, como lâminas e seringas. A prevenção é feita por vacina, administrada em três doses.
A hepatite C é transmitida por contato com sangue contaminado, geralmente sem sintomas visíveis, mas pode ser prevenida e tratada gratuitamente pelo SUS. O teste de diagnóstico é fundamental.
Já a hepatite D depende do vírus B para se multiplicar e é transmitida da mesma forma. Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites, e a principal forma de prevenção é também a vacina contra a hepatite B.