Os nove meses da gestação promovem uma série de transformações e adaptações ao corpo feminino desde o momento da concepção até o parto.
Além dos sintomas conhecidos, como inchaço, aumento do apetite, transformação nos cabelos e pele, retenção de líquidos e tantas outras adaptações que o organismo promove em prol do pleno desenvolvimento do bebê, a saúde bucal também pode ser afetada e requer cuidados redobrados.
É preciso que grávida fique atenta não somente às orientações médicas durante, mas que também visite seu dentista para acompanhar a integridade dos dentes e gengiva.
Seja por meio do plano odontológico (existem cotações online que ajudam a encontrar aquele que atinja as necessidades da família), consultas particulares ou por encaminhamento na rede pública de saúde, a gestante deve averiguar uma ocorrência de um problema muito comum, as que traz riscos em potencial para o bebê: a placa bacteriana.
Como as bactérias bucais influenciam na saúde do bebê?
Em 60% das gestantes, as ocorrências de enjoos são muito comuns - e desconfortáveis. O quadro se dá em virtude do aumento de hormônios como gonadotrofina coriônica, que acabam sensibilizando o olfato e o paladar.
Quando vomitados, o ácido presente no suco gástrico é trazido involuntariamente do interior do estômago até a boca. Os ácidos estomacais são substâncias orgânicas altamente corrosivas ao esmalte dos dentes, tornando-os mais sensíveis e enfraquecidos.
Caso a gestante não consiga higienizar e escovar os dentes regularmente durante esse período, a cavidade bucal cria as condições favoráveis ao surgimento de um biofilme de micro-organismos inflamatórios conhecido como placa bacteriana.
Essa substância pegajosa que acaba aderindo entre o vão dos dentes e das gengivas abrigam um agente perigoso para o bebê. Estudos realizadas no Brasil, Estados Unidos e, mais recentemente, revisados por pesquisadores da Colômbia demonstraram que a os bactérias causadoras da periodontite (inflamação aguda que evolui de uma simples gengivite) podem migrar para corrente sanguínea e alcançar a placenta.
Ainda de acordo com a literatura médica, a bactéria Actinomyces está diretamente associada à inflamações que podem desencadear reações hormonais capazes de antecipar o parto.
O estudo da Universidade de Nova York que acompanhou 300 grávidas detectou que as gestantes com quadros de periodontite tiveram bebês com menos 60 gramas de peso e em alguns casos, a alta carga bacteriana foi capa de adiantar o parto do bebê em até dois dias.
Para evitar possíveis complicações é importante que a grávida disponha do suporte de diferentes profissionais da saúde durante a gestação. É fundamental traçar uma estratégia multidisciplinar com acompanhamento nutricional para uma dieta saudável, exames de rotina para averiguar o desenvolvimento do feto e a orientação odontológica adequada para garantir um sorriso saudável até a chegada do bebê.